quarta-feira, 31 de outubro de 2012

JURAMENTO OU COMPROMISSO?



JURAMENTO OU COMPROMISSO?

 Obrigação (Rito York)

Nós chamados ritos maçônicos teístas o juramento substitui o compromisso adotado pela Maçonaria Moderna.

Esta prática de jurar vem dos antigos maçon (operativos) e o juramento, conservado na maioria dos ritos contemporâneos, tem permitido um constante ataque à Maçonaria. Apesar das variantes, permanecem as ameaças e criticas a este sistema.

Na segunda edição de 1730 da Masonry Dissected de Samuel Prichard temos o seguinte:

“Prometo e juro solenemente aqui na presença de Deus todo Poderoso e diante desta Respeitável Assembleia a qual reverencio, que manterei oculto e não revelarei nunca os segredos dos Maçons nem os da Maçonaria que me serão revelados, a não ser que seja para um verdadeiro e leal Irmão, depois da devida comprovação ou em Loja justa e perfeita na qual reuniam-se os Irmãos e Companheiros. Ademais prometo não escrever, imprimir, gravar, [...] sobre madeira ou pedra, de tal maneira que qualquer vestígio de uma letra possa aparecer, permitindo que o segredo seja revelado de forma licita. Tudo isso sob a pena de ser [...] minha [...], meu [...] pelo lado esquerdo para depois ser [...] duas vezes em vinte e quatro horas; que meu [...] seja reduzindo a [...] e espalhadas pelos [...] da Terra,  de tal modo que não reste a menor lembrança minha entre os Maçons. Que Deus me ajude.[1]

Esta forma teatral tinha por finalidade gravar no inconsciente do candidato as suas responsabilidades e deveres, numa época em que a prática civil e criminal assim o estabelecia.

No livro “Maçonaria – Um Estudo da Sua História”, o Irmão Frederico Guilherme Costa, afirma o seguinte:

“Na realidade,e sta formula de juramento era exigida pelo Direito Inglês pelos idos dos séculos XVII e XVIII. O perjúrio deveria ter queimadas as entranhas, atiradas ao mar, [...]”

O próprio James Anderson, na segunda edição das Constituições (1738), esclareceu o propósito das ameaças, deixando claro que a solenidade do juramento nada acrescentava à obrigação, ou seja, o juramento obrigava por si só, existisse ou não a penalidade.

Fica claro que o segredo e o juramento remontam à Maçonaria dita operativa, de acordo com os costumes profanos da época, atitude esta, continuada em 1717.
Quando se jura, está (se) invocando a Divindade como testemunha. Este juramento pode ser assertivo quando procura atestar a veracidade de uma declaração, ou promissório, quando atesta que alguém cumprirá uma promessa.
Parece ser um antigo costume adotado pela Maçonaria teísta jurar com a mão levantada:
Levanto minha mão ao Senhor, Deus Altissimo, senhor do céu e da terra.”
“Introduzir-vos-ei na terra que, com  mão levantada jurei dar a Abraão, a Isaac e a Jacó, e vo-la darei em possessão hereditária.”
“Na veradade, ao céu levanto a minha mão e digo: ‘Eu vivo eternamente’.”
Felizmente não adotamos o juramento solene prestado com a mão do promitente sobre os órgãos genitais do outro, considerado a fonte da vida, um objeto sagrado:
Disse Abrãao ao servo mais antigo de sua casa, o administrador de todos os seus bens: ‘Põe, te rogo, a tua mão debaixo da minha coxa, e jura-me pelo senhor, Deus do céu e da terra...’”
Sentindo Israel avizinhar-se-lhe o tempo de morrer, chamou a si o seu filho José e disse-lhe: ‘Se encontrei favor aos teus olhos, põe a tua mão debaixo da minha coxa, e promete usar comigo de benevolência e fidelidade; por favor, não me sepultes no Egito’.”
Em Mateus, finalmente, é posivel encontrar a ideia de que numa sociedade regenerada não há lugar para juramentos, pois a palavra de um homem é suficiente.
Vejamos o que diz Meteus:
Ouvistes mais que foi dito aos antigos: ‘Não jures falso, mas cumpre os juramentos feitos ao Senhor. Eu porém, digo-vos que não jureis de modo nenhum, nem pelo ceu, que é o trono de Deus, nem pela terra que é o escabelo dos seus pés, nem por Jerusalém, que é a cidadedo Sumo Rei. Nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar branco ou preto um só cabelo. Seja, pois, o vosso falar. Sim, sim, não, não, porque tudo o que passa disto procede do maligno’.
Destarte, se o proprio Livro da Lei Sagrada nos apresenta uma interpretação clara sobre a impropriedade do juramento, por que não adotar, plenamente, o compromisso (obrigação) como recomenda a Maçonaria Moderna?
Mais contundente ainda são os argumentos eticos a favor do compromisso no lugar do juramento, pois a ideia de comprometer se liga ao conceito existencialista de filosofia. Pode ser aplicado em um sentido amplo, como fundamento de toda existencia humana e, igualmente, num sentido mais estrito, como elemento fundamental do filosofo.
Estes dois conceitos estão interligados, pois não poemos dissociar o interesse do filosofo da existencia humana. Comprometer-se filosoficamente significa vincular intimamente a teoria com a pratica.
Recusar assumir o compromisso significa opor-se ao solicitado, recusando-se, destarte, a aceitar o ajuste, o polimento.
Ninguem deve se comprometer a menos que tenha compreendido a totalidade das proposições.
Apenas a titulo de ilustração (exemplo histórico), devemos nos lembrar de que a Constituição dos Estados Unidos da America do Norte nasceu do “Grande Compromisso da Convenção de Filadelfia”, e não de um juramento prestado por seu notáveis ideologos, e ninguem duvida de que a America do Norte era uma terra de virtuosos protestantes.



BIBLIOGRAFIA:
Benimele, José Ferrer, Masoneria, Inglesia e Ilustration;
Biblia Sagrada, São paulo, Edições Paulinas, 2005;
Costa, Frederico, Maçonaria: Um Estudo da sua História;
Prichard, Samuel. Dissected Masory






[1] Samuel Prichard, Masonry Dissected, being an universal and genuine description off all branches, from the Original to the present Times, as it delivered in the constituted regular Lodges, both in City and Country, Londor, Byfield and Haw Keswit, 1730, p. 12.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A LEALDADE MAÇÔNICA NA GUERRA PELA INDEPENDÊCIA AMERICANA




A LEALDADE MAÇÔNICA NA GUERRA PELA INDEPENDÊCIA AMERICANA
A influência da Francomaçonaria no curso da Guerra da Independência Americana foi tanto direta e oblíquo como geral e particular. Em alguns casos, ela se serviu de condutor para as atividades políticas e, até mesmo, revolucionárias. Assim, por exemplo, a St. Andrew’s Lodge em Boston desempenhou um importante papel na “Boston Tea Party” (Festa do Chá de Boston) e, também, fornecendo um presidente para o Congresso Continental, John Hancock. A Francomaçonaria emprestou as suas atitudes e valores ao recém formado Exército Continental, e pode muito bem ter tido algo a ver com a nomeação de George Washington como Comandante-em- Chefe. Ela também constituiu uma trivial união fraternal com voluntários do exterior, tais como Steuben e Lafayette.
Marie-Joseph Paul Yves Roch Gilbert du Motier
(Marqués de La Fayette
De maneira menos direta e menos comensurável, ela ajudou a criar uma atmosfera geral, um clima ou ambiente psicológico que ajudou a formar o pensamento e a opinião não apenas de irmãos ativos, tais como Franklin e Hancock, mas também de francomaçons. Sem a Francomaçonaria do sepculo XVIII, os principios no âmago do conflito – liberdade, igualdade e fraternidade, tolerância, os direitos humanos – não teriam tido a aceitação geral que tiveram. É verdade que esses principios deviam muito a Locke, Hume, Adam Smith e les philosophes na França. Porém, a maioria, se não todos, desses pensadores era formada de francomaçons, ou pessoas que circulavam em meio a rodas francomaçônicas, ou que eram influenciadas pela Francomaçonaria.
Porém, a Francomaçonaria também se infiltrou pelos níveis mais rasos. Ela não apenas ajudou a formar os ideais subjacentes à Guerra Americana pela Independência. Ela não apenas afetou o pensamento e a opinão dos políticos e estadistas, dos planejadores de alto escalão e homens com poder de decisão. Ela não apenas deu cor as atitudes de homens como Howe, Carleton, Cornwallis, Washington, Lafayette e Steuben. Ela também abrangia os “baixos escalões” da guerra, os soldados, que encontravam na Francomaçonaria um elo de união e um principio de solidariedade. Isso era particularmente verdadeiro no Exército Continental, em que, na ausência de tradições regimentais, a Francomaçonaria formou as bases para uma élan vital (força vital) e um spirit of corps (espirito de corpo). O mesmo aconteceu no Exército Britânico; no entanto, a Francomaçonaria moldou os elos não apenas entre os soldados mas também entre os soldados e os seus oficiais. Assim, por exemplo, entre os membros da Loja de Campo do 29th Foot (posteriormente denominado de Worcestershire Regiment), estavam dois tenentes-coronéis, dois tenentes e oito soldados. A Loja de Campo do 59th Foot (mais tarde denominado de East Lancashire Regiment) tinha um tenente-coronel, um major, dois tenentes, um cirurgião, um maestro, três sargentos, dois cabos e três soldados.
 Spirit of Corps (Espirito de Corpo)
Igualmente, a influência da Francomaçonaria não estava limitada aos grupos nos batalhões militares enviolvidos; a influência também podia ser observada entre os adversários. A Guerra Americana pela Independência é rica em fatos que testemunham a maneira pela qual as lealdades francomaçônicas condicionavam, e muitas vezes chegavam até a transceder, todas as demais.
Entre os mais próximos aliados do Exército Britânico durante a guerra, estavam os indios Mohawks, liderados pelo famoso Chefe, Joseph Brant.
Joseph Brant
Antes do conflito, a irmã do Chefe Brant se casara com Sir William Johnson, Grão-Mestre Provincial de New York e um aliado de Amherst. Durante uma visita a Londres em 1776, o próprio Brant foi iniciado como francomaçom. Mais tarde, naquele mesmo ano, durante a frustada invasão do Canadá pelos colonizadores, um certo capitão McKinstry foi capturado por alguns dos membros da tribo do Chefe Brant, amarrado a uma arvore e cercado de lenha de fogueira, com os indios prontos a atearem-lhe fogo. Quando McKinstry fez o S...l de S...o M...o, o Chefe Brant reconhece-o e imediatamente ordenou a sua soltura. Ele foi encaminhado a uma Loja britânica em Quebec, que tomou as providencias para sua repatriação.
Um outro caso foi a de um prisioneiro maçom capturado por Howe durante a tomada de New York. O tal maçom chamava-se Joseph Burnham. Ele conseguiu escapar, fugindo a pé, e uma noite encontrou refúgio sobre as tábuas que formavam uma parte do teto de uma Loja local. Como as tábuas não estavam pregadas, elas se separaram e Burnham caiu bem no centro da Loja em reunião com os presentes sobressaltados oficiais britânicos que eram maçons. Então, Burnham fez os sinais necessários e os oficiais britânicos fizeram uma generosa contribuição ao Irmão Burnham que, em seguida, foi transportado em segredo e cuidado no litoral de Jersey.
Numa outra ocasião, Joseph Clement, um francomaçom britânico do 8th Foot (depois denominado Liverpool Regiment) servia num destacamento de guardas-florestais quando,após uma escaramuça, viu um indio se preparando para escalpelar um prisioneiro colono. Fazendo o devido sinal francomaçom a Clement, o prisioneiro pedia por seu socorro. Clement mandou que o indio se afastasse e levou o prisioneiro a uma fazenda que havia por perto,  onde foi tratado e assistido, sendo em seguida mandado para casa. Alguns meses depois, no norte de New York, o proprio Clement foi capturado e colocado numa prisão local. Dizem que o seu guarda era exatamente aquele homem cuja a vida Clement havia salvo pouco meses antes. Nauela noite um amigo se aproximou e confidencio-lhe que, ao amenhecer, a porta da cela estaria destrancada, e um cavalo estaria esperando lá fora, possibilitando-lhe escapar para a fronteira.
Esse tipo de relação que existia entre oficiais e soldados também existia entre os comandantes.
Em 16 de agosto de 1780 Cornwallis se defrontou com as forças coloniais sob o comando de Horatio Gates e o Barão de Kalb, na Batalha de Camden.
Charles Cornwallis
Quando a posição colonial caiu, Gates debandou, passando, em sua fuga, à frente de suas tropas. Kalb, tradicionalmente considerado um francomaçom, foi mortalmente ferido. Ele foi encontrado pelo segundo-em comando de Cornwallis, Francis Rawdon, Conde de Moira, que dez anos mais tarde, se tornou Grão-Mestre da Grande Loja da Inglaterra. Kalb foi levado para a tenda de Moira, onde pessoalmente, cuidou dele por três dias. Quando Kalb morreu, Moira providenciou-lhe um funeral maçônico.
Em ambos os exércitos, a Francomaçonaria funcionava como uma espécie de corte de apelação de ajuda e de reparação de queixas e injustiças. Citando um exemplo do pósguerra, a Loja de Campo 14th Dragons redigiu uma petição solicitando que a sua Lojamãe,a Grande Loja da Irlanda, intecedesse junto ao Lord tenente ou ao comandante-em chefe em favor de um certo J. Stoddart, o oficial-intendente do regimento. A petição foi enviada ao Coronel Cradock, comandante do regimento e companheiro francomaçom, “com o pedido desta Grande Loja – para que ele tenha a gentileza de fazer uso de sua amigável e fraterna influência em favor do referido Irmão Stoddart”.
Ao longo de toda a Guerra da Independencia Americana, existem diversos relatos que dão conta que certificados e paramentos de Lojas de Campo, tendo sido capturados por um lado ou por outro, foram devidamente devolvidos. Num dos casos, os paramentos do 46th Foot (masi tarde, denominado de 2º Batalhão de Infantaria Ligeira) do Duque de Cornwallis foram capturados pela tropas coloniais. Por instrução dadas popr George Washington, eles foram devolvidos, sob uma bandeira de trégua, com uma mensagem que ele e seus homens “não guerreassem contra Instituições de Benevolência”.
Numa outra ocasião, a Carta Constitutiva do 17th Foot (depois denominado de Laeicestershire Regiment) foi igualmente capturada e também devolvida acompanhada de uma carta do General Samuel Parson. Esta carta é, eloquentemente, tipica do espirito alimentado pela Francomaçoanria em ambos os exercitos, e em todos os seus níveis:
Meus Irmãos,
Quando a ambição de monarcas, ou os dissonantes interesses dos Esatdos em conflito, provocam e estimulam seus suditos à guerra, nós, como maçons, estamos desarmados daquele ressentimento ue estimula a indistinta desolação, e, embora os nossos sentimentos políticos possam nos impelir à disputa pública, nós ainda continuamos Irmãos, e (à parte de nossa obrigação profissional) temos de estimular a alegria e a felicidade e promover o bemestara uns dos outros.
Assim, aceite das mãos de um Irmão a Constituição da Loja Unity nº 18, do 17th British Regiment, a qual os seus recentes infortunios colocaram em minhas mãos para que vos fosse devolvida.
Seu Irmão e obediente servidor,
Samuel H. Parson
BIBLIOGRAFIA:
O Templo e a Loja – O Surgimento da Maçonaria e a Herança Templária – Michael Baigent & Richard Leigh.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

THOMAS SMITH WEB



THOMAS SMITH WEBB[1]




Thomas Smith Webb, é considerado[2] como se fosse o organizador e fundador do Rito de York, nasceu em 30 de outubro de 1771, em Boston. Ele teve a rara característica de estar ativamente ligado com a formação de duas grandes entidades maçônicas norteamericanas, o que lhe confere o respeito dado por seus irmãos maçons.
Recebeu sua educação nas escolas públicas em Boston e também lá iniciou o estudo de música, o que se tornou uma prazerosa diversão em toda a sua vida. Sua carreira profissional foi ampla e diversificada. Após trabalhar como aprendiz de livreiro com seu pai, ele montou seu próprio negócio na cidade de Keene, Estado de New Hampshire, e então se mudou para Albany, Estado de New York, onde mudou de ramo para a fabricação de papel de parede com êxito considerável.
A cidade de Providence, em Rhode Island, foi sua próxima parada e por 16 anos continuou no ramo de papéis de parede, ao mesmo tempo em que gerenciava uma livraria. Ali, ele se tornou um representante da Hope Cotton Co. Mais tarde, construiu uma algodoaria na cidade de Walpole, Massachussets, e alguns anos mais tarde, transferiu o maquinário para Ohio, para juntar-se à Worthington Manufacturing Co.
Todas as mudanças foram motivadas pelas condições econômicas e foram justificadas pelos acontecimentos futuros.
Sua carreira maçônica foi igualmente bastante extensa e diversificada. Embora tenha recebido sua educação maçônica inicial na Loja Sol Nascente, em Keene, New Hampshire, aos 19 anos, foi em Albany e em Providence que aconteceram a maior parte de suas atividades e contribuições.
Em Albany, aos 26 anos, ele publicou a obra “Freemason’s Monitor ou Illustrations of Masonry”, um trabalho literário que chegou a ter sete edições. Ela lhe trouxe fama internacional e se tornou no padrão da exemplificação ritualística em muitas jurisdições. Tratava-se de um compêndio de muitos dos escritos de William Preston, da Inglaterra, um homem que dedicou toda uma vida de serviço à Arte nos estudos e no aperfeiçoamento dos ensinamentos maçônicos.
Thomas Smith Webb se filiou à Loja União, em Albany, e se tornou seu Venerável Mestre. Ajudou a formar o Capítulo do Templo do Arco Real e se tornou seu Sumo Sacerdote.
Sua reputação já era bem conhecida quando ele se mudou para Providence, em 1799, e logo foi introduzido na vida daquela comunidade. Durante sua estadia em Rhode Island, foi eleito para o Comitê Escolar, tornou-se diretor da Providence Library Company e trabalhou como diretor, gestor e finalmente como tesoureiro da Providence Mutual Fire Insurance Company. Começando como soldado na Milícia Estadual, atingiu o posto de Coronel de seu regimento.
Logo após sua chegada em Providence, aceitou um convite para filiar-se à Loja São João nº 1 e logo em seguida instalou uma escola de instruções. Como membro da Loja Rhode Island, tinha a permissão de participar da Grande Loja e na sua primeira visita, foi indicado como membro do comitê que revisaria as Constituições.
É interessante observar que dentro dos próximos dois anos, duas emendas à Constituição foram adotadas, o que permitiu o aproveitamento dos serviços do Irmão Webb.
Uma emenda aboliu o limite de dois anos para a entrega dos cargos de Grandes Vigilantes, o que permitiu a Webb servir por três anos como o Grande Primeiro Vigilante.
A outra emenda tornou possível a eleição de um Grão-Mestre quem não fosse um Past Master de qualquer Loja de Rhode Island.
Com isso, abriu-se caminho para que Webb fosse eleito Grão-Mestre em 1813 e 1814. Ele declinou a eleição seguinte, de 1815.
Em 1814, um navio de guerra britânico apareceu em Newport. A cidade de Providence, como muitas outras cidades, temia as bombas e uma possível invasão. Em uma reunião comunitária diante da STATE HOUSE em Providence, um Comitê de Defesa foi criado para assegurar a proteção à cidade. Voluntários foram chamados para erguer barricadas. Webb, como Grão-Mestre, convocou uma reunião especial da Grande Loja e instruiu os irmãos a “trazerem pás, enxadas ou machado e provisões para um dia”. Após a abertura da Grande Loja, os irmãos marcharam até Fox Hill e até o pôr-do-sol eles erigiram barricadas com 131 metros de comprimento e 1,5 metro de altura, e o chamaram de Fort Hiram, um ato confirmado pelo Governador naquela noite. Este teria sido um dos dois únicos fortes maçônicos no país.
Webb também aceitou um convite para se filiar ao Capítulo do Arco Real de Providence e foi eleito seu Sumo Sacerdote dois anos mais tarde.
Auxiliou na formação do Grande Capítulo de Rhode Island e serviu como o Grande Sumo Sacerdote de 1804 a 1814.
Juntamente com outros irmãos, ele organizou o Grande Capítulo Geral do Real Arco dos Estados Unidos e conduziu seu funcionamento, como Grande Deputado Sumo Sacerdote, até sua morte. O Grande Capítulo Geral é, atualmente, a organização nacional mais velha dos Estados Unidos.
Webb que viu a necessidade no campo maçônico de organizações fortes nacionais e estaduais que preservem, revigorem e propaguem as cerimônias até então desorganizadas, descontroladas e algumas vezes nebulosas que são conhecidas como o Rito Capitular e a Ordem dos Templários.
Em uma de suas viagens para o meio-oeste, Webb constatou que nos Estados de Kentucky e de Ohio, somente as Grandes Lojas tinham o poder de autorizar os Capítulos do Real Arco, mas ele conseguiu influenciá-las a permitirem que a formação dos Grandes Capítulos ficasse subordinada unicamente ao Grande Capítulo Geral.
Durante esse mesmo período, o zelo incansável de Webb culminou na formação, em 11 de agosto de 1802, no Acampamento dos Cavaleiros Templários de São João, atualmente a Comandância de São João nº 1 de Providence, a entidade de destaque de todas as organizações templárias nos EUA.
Webb forneceu o ritual e os procedimentos cerimoniais das Ordens Templárias e foi eleito seu primeiro Comandante Eminente. Foi eleito anualmente até 1814, quando declinou a reeleição. Em 1805, juntamente com outros irmãos, organizou a Grande Comandância de Massachusetts e Rhode Island e a presidiu até 1817.
O acontecimento que declarou a coroação gloriosa da carreira maçônica de Webb foi a formação do Grande Acampamento dos Cavaleiros Templários dos Estados Unidos, que ele realizou em 1816 na cidade de Nova York. O governador De Witt Clinton foi eleito Grão-Mestre e Webb se tornou o Deputado do Grão-Mestre, uma posição que ele manteve até sua morte.
Quando se aproximava dos 40 anos de idade, Webb se preparou para se desfazer de muitas de suas ligações comerciais, e por volta de 1815, ele já se havia retirado de muitas responsabilidades maçônicas em Providence.
Ele dedicou mais tempo à música e, juntamente com outras pessoas, formou a Sociedade Filarmônica Handel e Haydn em Boston, da qual foi seu primeiro presidente, regendo o primeiro concerto público da Sociedade na King’s Chapel, no dia de Natal de 1815, com mais de 100 participantes. Também atuou como um dos solistas e até mesmo obteve alguma fama mais tarde como compositor.
Thomas Smith Webb morreu de hemorragia cerebral em uma de suas muitas viagens ao oeste, em 6 de julho de 1819. Um funeral maçônico foi feito em Cleveland, Ohio, e cerimônias póstumas aconteceram em várias cidades.
Mais tarde, achou-se mais apropriado que Webb fosse enterrado em Providence. Com o consentimento de sua viúva e com os fundos fornecidos pela Grande Loja de Rhode Island e outras entidades maçônicas, seu corpo foi levado até Providence e sepultado no West Burying Ground.
Quando esse cemitério foi convertido em um parque, o corpo foi trasladado ao North Burial Ground, a um pedaço de terra em uma colina doado pela cidade, sobre o qual a Grande Loja ergueu um monumento ou obelisco de mármore. Cada lado foi usado para lembrar uma ou mais de suas realizações. Tal como um outro maçom famoso, seu corpo foi enterrado três vezes.
Um dos trabalhadores mais dedicados da Francomaçonaria passou por nós com um registro de realizações sem precedentes, e sua memória está perpetuada em Rhode Island por uma Loja, um Conselho e uma Comandaria que levam o seu nome.
FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Rito York: O Simbolismo – Aprendiz Maçom – Hugo Borges & Sergio Cavalcante.


[2] Segundo Herbert T. Leyland , seu biografo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O Rito York no Brasil - 2ª Parte



O RITO YORK NO BRASIL
2ª PARTE
 

*  Sérgio Roberto Cavalcante



AS LOJAS PÓS A WASHINGTON LODGE

 
A LOJA PHOENIX # 30


Após um interstício de 129 (cento e vinte e nove anos) foi a Loja Phoenix[1] nº 30 fundada aos 21 dias do mês de maio de 2003, na cidade de Cacoal, Estado de Rondônia, pautando seus trabalhos com os rituais norte-americanos. No ato de fundação foi composta a administração provisória tendo como Venerável o Mestre Edson Osival Furlaneto; 1º Vigilante Júlio César da Rocha; 2º Vigilante José Salviano de Matos; orador Fortunato Luis Godoy; Secretário Ednelson Bega; Tesoureiro Donizete Borges de Campos e Chanceler José Corrente.           
A Loja Phoenix nº 30  obedece à jurisdição da Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia (CMSB) – GLOMARON e seu nome oficial é Augusta e Respeitável Loja Simbólica Phoenix nº 30.  A sessão de fundação da Loja Phoenix nº 30 participaram os Mestres Maçons Luiz Agnelo Sicheroli; Arnaldo Vieira Fernandes; Denivaldo dos Santos Paes; Edomênio Durval Francisco da Silva; Julimar Lopes de Oliveira. Carlos Alberto Bernardes; Carlos Roberto da Silva; Vidal Macedo da Costa; Clodoaldo Franchi Numes; Luiz Cláudio Soares Azambuja; Paulo Negreiros Athaide Filho; Alberto Alves Teixeira; Nelson Rangel Soares Filho; Oscar Gomes da Silva; Ademir Alves Rodrigues; Paulo Fernando Brasil; Sérgio Coaracy Pontes; Cleth Muniz de Brito e Pedro Vitor Gomes.           
A Loja Phoenix nº 30 trabalha no Rito York, sendo a primeira Loja de Rondônia e a segunda do Brasil a adotar o Rito York, sendo isto possível através de intercambio maçônico com a Brazilian Lodge nº 1182 Free & Accepted Masons. Filiada a Grand Lodge of State of New York a qual no processo de fundação da Loja Phoenix nº 30 foram fornecidos todos os rituais devidamente traduzidos para a língua portuguesa e suporte ritualístico pela diretoria da Brazilian Lodge nº 1182 na época tendo como Worshipful Master Paulo Koo.

ARLS CAVALEIROS DO SOL # 42
A Augusta e Respeitável Loja Simbólica Cavaleiros do Sol nº 42 – jurisdição da Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba (CMSB) foi fundada em 1º de janeiro de 2000, na cidade de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba, com o intuito de pautar seus trabalhos no Rito York. No entanto, por informações erroneamente repassadas, a Loja sem saber, enveredou nos trabalhos maçônicos pautados nos rituais de emulação.
Com o passar dos anos, os obreiros da Cavaleiros do Sol, tiveram conhecimento de que estavam trabalhando com os rituais inadequados para o objetivo pelo qual a Loja tinha sido fundada.
De posse dos rituais norte-americanos, e depois de devidamente traduzidos, foi constituída uma comissão a fim de ajustar os referidos rituais a realidade da jurisdição da Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba, visto que, muitos dos procedimentos neles existentes, são embasados na legislação de cada Grande Loja norte-americana, sendo totalmente incompatível com a realidade da Maçonaria Nacional.

A LOJA RENOVAÇÃO DOS MISTÉRIOS # 135
A Loja Renovação dos Mistérios nº 135 foi fundada aos 23 dias do mês de fevereiro de 2007, na cidade de Curitiba, capital Estado do Paraná.
A Loja Renovação dos Mistérios nº 135  obedece à jurisdição do Grande Oriente do Estado do Paraná (COMAB) – GOP e seu nome oficial é Augusta e Respeitável Loja Simbólica Renovação dos Mistérios nº 135, tendo como Venerável Mestre, o respeitável Irmão Christian Flores.

A LOJA FUTURA # 49
A Loja Futura nº 49, foi fundada aos 24 dias do mês de junho de 1999, na cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco.
A Loja Futura nº 49,  obedece à jurisdição do Grande Oriente Independente do Estado de Pernambuco (COMAB) – GOIPE e seu nome oficial é Augusta e Respeitável Loja Simbólica Futura nº 49.
Inicialmente a Loja Futura trabalhou com os rituais de emulação.
Migrou para o Rito de York a contar de 15 de abril do ano de 2007, tendo como Venerável Mestre o respeitável Irmão Elias Leôncio de Brito Filho.


A LOJA SEGREDOS DA PIRÂMIDE # 16
A Loja Segredos da Pirâmide nº 16 foi fundada aos 12 dias do mês de dezembro de 1995, na cidade de João Pessoa, capital Estado da Paraíba.
A Loja Segredos da Pirâmide nº 16  obedece à jurisdição do Grande Oriente do Estado da Paraíba (COMAB) – GOPB e seu nome oficial é Augusta e Respeitável Loja de Pesquisas e Iniciática Segredos da Pirâmide nº 16.
Essa Loja também, inicialmente trabalhou com os rituais de emulação.
Migrou para o Rito de York a contar de 08 de maio de 2007, tendo como Venerável Mestre, o respeitável Irmão Odilon Azevedo.



A LOJA 7 DE JUNHO # 29
A Loja 7 de Junho nº 29,  foi fundada aos 07 dias do mês de junho do ano de 2008, na cidade do Natal, capital Estado do Rio Grande do Norte.
A Loja Sete de Junho nº 29  obedece à jurisdição do Grande Oriente Independente do Estado do Rio Grande do Norte (COMAB) – GOIERN e seu nome oficial é Augusta e Respeitável Loja Simbólica 7 de Junho nº 29.
No ato de sua fundação foi composta a seguinte diretoria: Venerável Mestre: Haroldo Pinheiro Borges; 1º Vigilante: Carlos Adel Teixeira de Souza; 2º Vigilante: Hélio Fernandes Silva; Tesoureiro: Péricles Medeiros de Azevedo; Secretário: Roberto Luiz Dias Florêncio; Capelão: André Gustavo de M. Vespaziano Borges; 1º Diácono: Máximo Francisco Chacon; 2º Diácono: Áureo Aparecido Gomes Maciel; Marechal: José Gentil de Araújo Filho; Cobridor: José Edmar de Araújo; Organista: Joaquim Luis Quithé de Vasconcelos; 1º Mordomo: Marcos de Hollanda Franco; 2º Mordomo: Carlito Batista de Araújo.
Ato continuo, foram sendo fundadas e/ou migraram outras lojas para o Rito York, conforme pode ser constatado no rol de Lojas York infra.

ROL DAS LOJAS YORK EM ATIVIDADE HOJE NO BRASIL

001
ARLS Phoenix++
Grande Loja do Estado de Rondônia*
002
ARLS Cavaleiros do Sol nº 42+++
Grande Loja do Estado da Paraíba*
003
ARLS Restauração dos Mistérios=
Grande Oriente do Paraná**
004
ARLS Futura+++
Grande Oriente de Pernambuco**
005
ARLS Segredos da Pirâmide+++
Grande Oriente da Paraíba**
006
ARLS 7 de Junho=
Grande Oriente do Rio Grande do Norte**
007
ARLS Montes Guararapes+++
Grande Oriente de Pernambuco**
008
ARLS Novo Tempo+++
Grande Oriente de Pernambuco**
009
ARLS 6 de Março de 1817+++
Grande Oriente de Pernambuco**
010
ARLS Cavaleiros de York nº 301=
Grande Loja do Estado de Minas Gerais*
011
ARLS Luz da Aldeia+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
012
ARLS Fraternidade Estrelense+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
013
ARLS Professor Ney Azevedo+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
014
ARLS Carlos Von Koseritz+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
015
ARLS Cavaleiros do Oriente+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
016
ARLS Estrela de David+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
017
ARLS Jacques De Molay+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
018
ARLS Joaquim Gonçalves Ledo+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
019
ARLS Mestre Benjamim Franklin+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
020
ARLS Obreiros do Oriente+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
021
ARLS Philantropia e Liberdade+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
022
ARLS Luz da Serra+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
023
ARLS Hermes Trimesgisto+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
024
ARLS Inconfidência II+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
025
ARLS Tabernáculo do Cristal+++
Grande Oriente do Rio Grande do Sul**
026
ARLS Cavaleiros de York=
Grande Loja do Estado do Rio Grande do Norte*
027
ARLS Guardiões da Liberdade=
Grande Oriente Paulista**
028
ARLS Peregrinos do Real Arco=
Grande Oriente Paulista**
029
ARLS Fidelitas nº 47+++
Grande Loja do Estado da Paraíba*
030
ARLS Bet-El=
Grande Oriente do Rio Grande do Norte**
031
ARLS José do Patrocínio nº 33+++
Grande Loja do Estado da Paraíba*
032
ARLS Flor de Lotus nº 38=
Grande Loja do Distrito Federal*
033
ARLS Monteiro Lobato=
Grande Oriente de Santa Catarina**
034
ARLS Guardiões do Antigo Ofício nº 739?
Grande Loja do Estado de São Paulo*
035
ARLS Justiça e Prudência nº 47=
Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro**
036
ARLS Sangue Real=
Grande Oriente Paulista**
037
ARLS Athelstane Lodge=
Grande Oriente Paulista**
038
ARLS Cavaleiros de York=
Grande Oriente Paulista**
039
ARLS Ástrea de Estudos e Pesquisas=
Grande Oriente de Mato Grosso do Sul**
040
ARLS  Colunas da Sabedoria =
Grande Oriente de Santa Catarina**
041
ARLS Consensio=
Grande Oriente de Santa Catarina**
042
ARLS Harmonia e Perseverança=
Grande Oriente de Santa Catarina**
043
ARLS Luz Templária=
Grande Oriente de Santa Catarina**
044
ARLS Samuel Fonseca=
Grande Oriente de Santa Catarina**
045
ARLS Seixas Neto=
Grande Oriente de Santa Catarina**
046
ARLS  Jacques DeMolay=
Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro**
047
ARLS Fraternidade Paiçandu=
Grande Oriente do Paraná**
048
ARLS Genesis=
Grande Oriente do Paraná**
049
ARLS Luz e Ciência de Sarandi=
Grande Oriente do Paraná**
050
ARLS Illuminati=
Grande Oriente Paulista**
E (*) Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB).
E (**) Confederação Maçônica do Brasil (COMAB).
E (++) Ritual do 3º Grau - Grand Lodge of State of New York. Essa Loja só trabalha no Grau de Mestre, conforme o “The Standard Work and Lectures Ancient Craft Masonry – Grand Lodge of State of New York”.
E (+++) Rituais de 1º, 2º e 3º Graus - Grand Lodge of Nevada.
E (=) Rituais de 1º, 2º e 3º Graus do Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil.
E (?) Ritual (possivelmente) da Grand Lodge of Florida. Estamos aguardando confirmação.

* Sergio Roberto Cavalcante é Ex Venerável Mestre das ARLS Presidente Roosevelt nº 13 (REAA) e Cavaleiros do Sol nº 42 (RY). Atualmente é membro efetivo e regular da ARLS Schalon nº 6 (REAA).