RITO YORK - Hugo Borges & Sérgio Cavalcante
Espaço destinado a todos os Irmãos que labutam no Rito York e seus simpatizantes. Mandem sempre sugestões do que vcs gostariam que tratassemos aqui. Aproveite!
sexta-feira, 1 de junho de 2018
segunda-feira, 8 de maio de 2017
A TROLHA
A TROLHA
A
trolha é a ferramenta (instrumento)
principal do Mestre Maçom no Rito York.
No
Brasil esse instrumento tem algum destaque no Grau de Companheiro.
A
trolha o símbolo da indulgência, do
perdão. Na Maçonaria Especulativa ensina-se que o instrumento serve,
principalmente, para o retoque final que encobre os defeitos da obra, o que
corresponde simbolicamente, a reconhecer, acima de todas as qualidades de cada
irmão... perdoando-lhe os defeitos reparáveis.
Caso
o leitor faça uma leitura na vulgata da Bíblia, uma das versões de Amós
VII/VII/VII observará que o versículo VII menciona a trolha e não o prumo com o
significado de que o Senhor não perdoará, mas fará justiça em Israel. O versículo que
se lê na reunião do Grau de Companheiro
o que menciona o PRUMO (o Senhor fará Justiça e não perdoará). Isso é o bastante para explicar que a trolha foi
sempre o símbolo da indulgência.
Para
entender-se melhor essa ratificação iremos transcrever infra o posicionamento
do saudoso irmão Theobaldo Varoli Filho:
“Nas verses bíblicas apoiadas na vulgata, de
São Jerônimo, consta a TROLHA e não o PRUMO. Os textos se equivalem, visto que
a TROLHA o símbolo da indulgência
(perdão). No rebocarei, farei justiça, Assentarei o Prumo quer dizer também Farei
Justiça, pois o prumo vertical e no pendente como as obliquas, foi sempre o
símbolo da incapacidade. A lição serve, também, aos maçons que confundem
TOLERÂNCIA com INDULGÊNCIA, erro crasso, quase sempre sendo empregado
incorretamente por FRATERNIDADE.”
Os
membros de nossa Ordem quase ignoram a trolha como ferramenta de trabalho
maçônico, possivelmente porque o simbolismo maçônico baseado, largamente, sobre a arte dos antigos
maçons que eram os cortadores e talhadores de pedra, enquanto que a trolha ferramenta mais usada pelos assentadores de
massa, de pedra, de reboco.
A
trolha começou ter mais participação a partir do século XVIII, por ser ela uma
ferramenta usada mais na lida com a massa, com o cimento. O fato que uma Loja de Carmarthen, em junho de 1754,
comprou cinco (5) trolhas e mandou consertar outras doze (12) trolhas. Isso
parece sugerir que, naquela antiga Loja, a trolha tinha um considerável uso em
seus trabalhos.
Mas,
qual era essa participação, esse uso, no ficou registrado. A trolha mais do que
qualquer outra ferramenta, era usada, particularmente, nas cerimônias de
lançamento da pedra fundamental de uma Loja maçônica ou de um edifício
publico um dos poucos elos sobreviventes
da maçonaria operativa.
A
Grande Loja de Londres, tinha em seu selo (brasão) uma mão segurando uma trolha.
Um (outro) desenho maçônico irlandês, datado de 1738, mostra, também uma mão
segurando uma trolha pontuda, pousada e enterrada como uma arma.
Nas
Lojas operativas e depois nas Lojas especulativas, a trolha era a arma de
defesa do guarda da porta da Loja, que depois passou a ser o cobridor.
Em
algumas Lojas
irlandesas, a lâmina de uma trolha era oferecida ao iniciado, para receber o
seu bolo, sua doação; quando ele ia ser elevado ao Grau de Mestre era convidado
a fazer uma doação causa maçônica.
A
mão e a trolha são consideradas como uma das mais antigas e conhecidas joias
usadas nas Lojas especulativas.
No
inicio do século XVIII, e, talvez antes,
a trolha tinha transformando-se na arma do Aprendiz Júnior, cujo dever era
funcionar como guarda da porta,
Num
antigo catecismo encontramos esta passagem:
“P- Onde
o lugar do Aprendiz Senior?
R- No Sul.
P- Qual
seu dever?
R- Ouvir e receber instruções e dar
boas-vindas aos irmãos visitantes.
P- Onde
o lugar do Aprendiz Júnior?
R- No Norte.
P- Qual
o seu dever?
R- Proteger a Loja de todos os goteiras
e curiosos.”
Vale
ressaltar que em algumas verses desse mesmo catecismo, o Aprendiz Junior era
armado com um instrumento pontiagudo, na realidade uma trolha pontuda.
BIBLIOGRAFIA:
Borges
Hugo & Cavalcante Sergio – Rito York: O Simbolsmo – Mestre Maçom.
domingo, 16 de junho de 2013
O QUE É COWANS?
O
QUE É GOTEIRAS (COWANS)?
* Sergio Roberto
Cavalcante
The Oxford England Dictionary definition is: `One
who builds dry stone walls (i.e., with‑out mortar); a dry‑stone‑diker; applied
derogatorily to one who does the work of a mason, but who has not been
regularly apprenticed or bred to the trade'.
A definição do Dicionário Inglês Oxford é: alguém que constrói
muros de pedras (i. e, sem cimento); construtor de barreira de pedras; aplicado
com desprezo a alguém que, apesar de exercer trabalho de um maçom, não passou
regularmente pelo aprendizado ou não foi educado para o comércio”.
Cowan is an essentially Scottish trade term, and it
belongs to the time when lodges, as trade‑controlling bodies, put restrictions
against the employment of cowans, in order to protect the fully‑trained men of
the Craft from competition by unskilled labour. The earliest official ban
against cowans appeared in the William Schaw Statutes in 1598:
Goteira, essencialmente, é um termo escocês empregado em negócios,
da época quando a Lojas, como corpos de controle de comércio colocavam
restrições ao emprego de cowans, no intuito e proteger os homens treinados para
o Oficio de competirem contra mão-de-obra não especializada (qualificada). A
mais antiga proscrição oficial contra os cowans se encontra nos Estatutos de
William Schaw, de 1598.
… that no master or fellow of craft receive any
cowans to work in his society or company nor send any of his servants to work
with cowans, under the penalty of twenty pounds so often any person offends
hereunder.
“... que nenhum mestre ou companheiro do oficio receba qualquer goteira
para trabalhar em sua sociedade ou companhia e nem enviem seus servos para
trabalhar com cowans, sob a penalidade de vinte pounds, aplicada a qualquer pessoa que ofenda ao que aqui está
escrito.”
The first record of a breach of this rule is the
oldest surviving minute of the Lodge of Edinburgh (Mary's Chapel) dated 31 July
1599; [word for word, in modern spelling:
O primeiro registro que quebra esse regulamento é a mais antiga
ata remanescente da Loja de Edimburgo, em Mary’s Chapel, datada de 31 de julho
de 1599 {transcrita infra, na forma moderna}:
George Patoun, mason, granted and confessed that he
had offended against the Deacon and Masters for placing of a cowan to work at a
chimney‑head for two days and a half...
“George Patoun, maçom, garantiu e confessou ter ofendido o Diácono
e os Mestres, por colocar um goteira para trabalhar em uma chaminé ao longo de
dois dias e meio...”
He made `humble submission' offering to pay
whatever fine might be imposed. Having regard to `his estait' the offence was
pardoned, but with a strict warning to all future offenders. The minutes
suggest that the Edinburgh masons were very well behaved in this respect,
perhaps because of the limited and clearly‑defined area under the control of
the Lodge. At Kilwinning, where the Lodge had jurisdiction over a very wide
territory, with consequent difficulties of proper supervision, a large number
of breaches were recorded and substantial fines were paid in each case. Cowans
also appear regularly in the minutes of several other old Scottish Lodges.
Assim, ele se pôs em humilde submissão, oferecendo-se para pagar o
quanto lhe fosse imposto de multa. Tendo reparado “sua situação”, a ofensa foi
perdoada, porém, seguida de uma advertência estrita a todos os que futuramente
desrespeitassem a lei. As atas sugerem que os maçons de Edimburgo se comportassem
bem a esse respeito, talvez por causa da limitada e claramente definida área
sob o comando da Loja. Em Kilwinning, onde a Loja tinha jurisdição sobre amplo
território, com as consequentes dificuldade relacionadas a uma apropriada
supervisão, registrou-se grande número de violações e multas substanciais foram
pagas em cada caso. Os cowans também aparecem com frequência nas atas de várias
outras velhas Lojas da Escócia.
Nevertheless, there are several records for
Edinburgh Castle, in 1616 and 1626, where cowans were permitted to work,
apparently on certain special duties and when no masons were employed in the
same weeks. Some of these unspecified jobs must have been exceptional, because
`One cowan received 16s. 8d. a day, one 13s., one 12s., one 10s., and two 6s.,
as compared with a mason's normal rate of 12s. a day on the same building
operations.
Todavia, há vários registros no castelo de Edimburgo, entre 1616 e
1626, em que aparentemente era permitido aos cowans trabalharem, sob certas
obrigações especiais e quando não existissem maçons empregados nas mesmas
semanas. Alguns desses trabalhos não especificados deve ter sido excepcionais,
porque, quando comparado ao valor normal diário recebido por um maçom, de 12
s..., para a mesma construção encontramos que um goteira recebeu 15s.., 8 d por
dia, um 13s, um 12s, um 10s., e dois 6s[2]”
In the Burgh of the Canongate, adjoining Edinburgh,
cowans were able to attain to a higher status and the minutes of the
Incorporation of Wrights, Coopers and Masons &c. show how readily the ban
against cowans could be lifted when trade conditions (or local circumstances)
permitted. On 27 May 1636, John McCoull was admitted to the Freedom `during his
lyftyme to work as a cowan any work with stone and clay only and without lime'.
For this privilege, he was to pay ú4 a year to the Craft or the boxmaster (i.e.
treasurer) in four instalments, with a doubled fine if he failed to pay. On
30 May 1649 Williame Reull was admitted.
No burgo[3]
de Canongate, nas vizinhanças de Edimburgo, cowans estavam habilitados a
alcançar posição mais elevada e as atas da corporação dos artífices, tanoeiros
e maçons mostram como a proscrição dos cowans podia ser facilmente suspensa
quando as condições comerciais (ou circunstancias locais) assim o permitissem.
Em 27 de maio de 1636, John McCoull foi admitido à liberdade “durante uma vida
inteira trabalhando como cowan, fazendo qualquer trabalho apenas com pedra e
argila, sem cal”. Por seu privilégio, deveria pagar ao tesoureiro £ 4 para cada
ano no oficio, em quatro prestações, sujeito ao dobro como multa, no caso de
deixar de pagar. Em 30 de maio de 1649, Willame Reulf foi admitido:
... during his lifetime to work as a cowan any work
with stone and clay only without lime except only to cast with lime timber
doors cheeks and timber windows and clay chimney heads . . . within the
Canongate and whole Regality of Broughton...
“... durante uma vida inteira trabalhando como um cowan fazendo
qualquer trabalho apenas com pedra e argila, sem cal, exceto quando caiava
portas e janelas de madeiras, reparava chaminés ... em Canongate para toda Realeza
de Broughtn ...”
Reull was to pay £6 a year, again in four
instalments and with doubled penalties for any failure. There are altogether
some fifteen records of `cowaners' admitted to work in the Canongate, including
several men from neighbouring areas, and several records of penalties levied
for infringement of the rules when they dared to undertake work that was not
permitted to them.
Reulf devia pagar £ 6 por ano, também em quatro prestações e com
uma penalidade dupla em caso de atraso. No total, existe cerca de quinze de
cowaners admitidos ao trabalho em Canongate, incluindo, vários homens de áreas
vizinhas, e muitos registros de penalidades aplicadas graças à infração dos
regulamentos, em momento em que eles ousavam tomar para si trabalhos não
permitidos para eles[4].
In 1705, the minutes of Lodge Mother Kilwinning
indicate that although there were still some restrictions, the employment of
cowans was occasionally to be permitted in the territory under its
jurisdiction, but always depending on the availability of labour. The
Lodge resolved:
Em 1705, as atas da Loja-Mãe Kilwinning indicam que, apesar de
ainda haver algumas restrições, o emprego de goteiras era permitido
ocasionalmente em território sob sua jurisdição, porém, sempre dependendo da
oferta de trabalho. A Loja resolveu:
... that no man shall employ a cowan, which is to
say without the word [i.e., the Mason word] to work; if there be one mason
to be found within fifteen miles he is not to employ a cowan under the
penalty of forty shillings, Scots.
“ que nenhum homem empregará um goteira, do qual é dito não
possuir a palavra [i.e., a palavra do maçom] para trabalhar; se um maçom puder
ser encontrado em uma distância de 15 milhas, não será empregado um goteira,
sob a penalidade de quarenta xelins escocês.”
COWANS
E INTRUSOS. QUAL É A DENOMINAÇÃO CORRETA?
The Oxford England Dictionary traces the use of the
word `eavesdropper' “One who listens secretly to conversation”. The same
authority quotes the word `entrewder' (= intruder) in an Act of Henry VIII, in
1534. So far as the Craft is concerned, to intrude means `to thrust oneself in
without warrant or leave; to enter or come where one is uninvited or
unwelcome'.
A definição do Dicionário Inglês Oxford para a palavra
bisbilhoteiro é: “aquele que escuta secretamente uma conversa[5]”.
A mesma autoridade cita a palavra “intruso” (= intruso) em um Ato de Henrique
VIII de 1534. Até onde se interessa ao Oficio, significa “forçar a si mesmo”,
sem permissão ou autorização, no sentido de encontrar ou ir onde não se é
convidado ou onde não for bem-vindo.”
In our modern practice, both words are used. In the
`Opening' ceremony, most workings speak of `intruders', but in the Investiture
of the Tyler, Stability, Logic, Universal, West End, and most of the other
widely used versions prefer `eavesdroppers'. Emulation, however, speaks of
`intruders' in both places.
Em nossa prática moderna, ambas as palavras são usadas. Na
cerimônia de abertura, a maioria dos textos fala de intrusos, porém durante a
investidura do Cobridor, em Stability, Logic, Universal, West End[6]
e na maioria nas versões mais conhecidas dos rituais é usado “bisbilhoteiros”.
Entretanto, o texto de emulação fala de “intrusos” em ambos os lugares.
A cowan, in operative times, was certainly an
intruder - from the trade point of view; he could not have learned very much of
the trade if he merely listened under the eaves. In Speculative Masonry, it is
likely that the eaves‑dropper, the secret listener, would be the greater source
of danger.
Um goteira, nos tempos operativo, certamente era um intruso – do
ponto de vista dos negócios, ele não poderia ter aprendido muito sobre comércio
se meramente o conheceu escutando por debaixo das telhas[7].
Na Maçonaria Especulativa é provável que o bisbilhoteiro, aquele que
secretamente escuta, seja grande fonte de perigo.
So it is not surprising, perhaps, that when the
relevant words begin to appear in our ritual documents, c. 1710‑1730, the
eavesdropper forms come first.
Então, talvez não seja surpreendente constatar que, quando as
palavras relevantes começaram a aparecer em nossos documentos rituais, c.
1710-1730, elas tenham sido antecipadas pelas formas oriundas dos
bisbilhoteiros.
The first hint of that word in the ritual is in the
Dumfries No. 4 MS. of c. 1710, where there is a question:
A primeira pista das palavras do ritual está em Dumfries nº 4 MS,
de c 1710, onde existe a seguinte questão:
`is ye house cleen' [i.e., is the room tiled?], and
if the answer is `it is dropie or ill‑thatched . . . you are to be sillent'.
“está limpa a casa” [i. e., o recinto está coberto?], e se a
resposta for “ela está gotejada ou destelhada[8]”
... você deve ficar em silêncio”.
In `A Mason's Confession' of c. 1727, there is a
note to one of the questions:
Em A Mason’s Confession, de c. 1727, existe uma nota relacionada a
uma das questões:
... the secrets of the Lodge are hid from the drop;
that is, from the entered prentice, or any others not of their society, whom
they call drops[9].
“... os segredos da Loja estão ocultos à goteiras, ou seja, do
aprendiz não admitido, e de qualquer outros de fora de sua sociedade, os quais
são chamados de goteiras”
The earliest appearance of our `cowans and eaves-droppers'
is in Prichard's Masonry Dissected, 1730:
A mais antiga menção de nossos “goteiras ou bisbilhoteiros” está
em Masonry Dissected, de Samuel Prichard, de 1730:
Q. Where stands the Junior Enter'd 'Prentice?
“P: - Onde se posiciona o (novo) Aprendiz Admitido?
A. In the North.
R: - No
norte.
Q. What is his Business?
P: - Qual é a seu trabalho (tarefa, negócio)?
A. To keep off all Cowans and Eves-droppers.
Para afastar (manter longe) todos os goteiras e intrusos
(bisbilhoteiros).”
Another question followed, implying that our
Brethren in those days were very willing to let the punishment fit the crime:
Outra questão segue, mostrando que os nossos irmãos daqueles dias
estavam muito desejosos de aplicar a adequada punição para o crime:
Q. If a Cowan (or Listner) is catch'd, how is
he to be punished?
“P: - Se um goteira (ou Ouvinte) é pego, como deve ser punido?
A. To be plac'd under the Eves of the Houses (in
rainy Weather) till the Water runs in at his shoulders and out at his Shoes.
R: - Deve ser colocado sob as calhas das casas (em tempo chuvoso)
até a água entrar pelos seus ombros e sair pelos seus sapatos.”
Incidentally, the phrase `cowans and intruders'
does not appear in our ritual until the late 1700s.
Incidentemente, a frase “goteira e intrusos” não aparece em nosso
ritual até o final dos anos de 1700.
* Sergio Roberto Cavalcante é MM(I) da jurisdição da Mui
Respeitável Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba.
FONTES DE CONSULTA:
Dicionário Larousse – Inglês/Português * Português/Inglês
[avançado];
The
Complet Idiot’s Guide to Freemasonry – S. Brent Morris, Ph.D., 33;
Freeman
and Cowan with Special Reference to the Records of Lodge Canongate Kilwinning. AQC,
vol. 21, pp. 198/199;
A Historia da Franco-Maçonaria – Jean Ferret;
As Origens da Franco-Maçonaria – David
Steveson;
Revelando o Código da Maçonaria – Roberto D.
Cooper;
The Freemason at Work –
Harry Carr;
[1]
A tradução (denominação, termo) mais
proximo em português, conforme em vigor entre os maçons brasileiros, é “goteira”.
[2] Knoop e Jones, The Scottish Mason
and the Mason Word, pp. 28/29. Manchester University Press, 1939.
[3] Cidade, distrito, vila.
[4] A.A.A. Murray, Freeman and Cowan
with Special Reference to the Records of Lodge Canongate Kilwinning. AQC,
vol. 21, pp. 198/199.
[5]
Borough Records of Nottingham, por volta de 1487.
[6]
Nesse caso, refere-se aos rituais do sistema maçônico inglês.
[7]
Essa é a provável origem da expressão goteira. Costumava-se a dizer, no periodo
operativo, que intrusos aprendiam os segredos maçônicos ao bisbilhotar,
espreitando por entre telhas e calhas, as reuniões secretas dos maçons. Durante
os encontros, quando os maçons percebiam que estavam sendo observados, eram
alertados por um dos irmãos por meio da expressão cifrada “há goteira entre
nós”, clara referência do que ocorre quando do mau posicionamento das telhas
que cobriam o recinto.
[8]
No original “it is dropie or illthatched”,
sendo aqui a palavra dropie é usada no lugar de eavesdropper”
[9] No
sentido de goteira.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
York Rite Vs. English Rite
York Rite Vs. English Rite
By Brother
William. F. Kuhn
* Com tradução do Irmão José Filardo e adaptações necessárias do Irmão Sergio Cavalcante.
It has been stated
that "A Rite in Freemasonry is a collection of grades or degrees always
founded on the First three degrees." This definition is wholly misleading,
and constitutes as grave an error as to call "The York Rite" as
conferred in the United States, "The American Rite."
Tem
sido afirmado que “um Rito na Francomaçonaria é uma coleção de graduações ou
graus sempre fundados nos três primeiros graus.” Esta definição é totalmente
enganosa, e constitui um grave erro chamar de “Rito Americano”, o “Rito York”
conferido nos Estados Unidos.
For the purpose of
adding "more light" on the subject, we may state that in the United
States there are two Masonic Rites, known as the York Rite and the Ancient and
Accepted Scottish Rite.
Com
a finalidade de adicionar “mais luz” ao assunto, podemos afirmar que nos
Estados Unidos existem dois Ritos Maçônicos conhecidos como Rito York e Rito
Escocês Antigo e Aceito.
Both are misnomers
if the name of the Rite is to indicate its parentage or birth place. The York
Rite was not born in the ancient city of York, neither was the Ancient and
Accepted Scottish Rite begotten in Scotland.
Ambos
são nomes equivocados, se o nome do Rito destina-se a indicar seu parentesco ou
lugar de nascimento. O Rito York não nasceu na antiga cidade de York, nem o
Rito Escocês Antigo e Aceito foi gerado na Escócia.
The so-called York
Rite is the result of an evolution in England from a One Degree Operative Craft
of 1717, to a system of degrees of six or more as now practiced in the United
States, Canada, England, Scotland and Ireland. The Seottish Rite was evolved
from the Rite of perfection of twenty-five Degrees, by the addition of eight
more at Charleston, South Carolina, in 1801, where the Mother Supreme Council
was formed.
O
chamado Rito York é o resultado de uma evolução na Inglaterra do Oficio
Operativo de um Grau de 1717, para um sistema de seis ou mais graus, conforme é
praticado atualmente nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Escócia e Irlanda.
O Rito Escocês evoluiu do Rito de Perfeição de 25 graus, com a adição de mais
oito em Charleston, Carolina do Sul em 1801, onde o Supremo Conselho Mãe (Matriz)
foi formado.
If either one of
the Rites is to be known as the American Rite, the title probably belongs to
the Ancient and Accepted Scottish Rite. To designate the socalled York Rite in
the United States, as the American Rite, would be even more absurd than to call
it the York Rite, for it is neither.
Se
for para qualquer um dos ritos ser conhecido como o Rito Americano, o título
provavelmente pertence ao Rito Escocês Antigo e Aceito. Para designar o chamado
Rito York nos Estados Unidos como o Rito Americano, seria ainda mais absurdo do
que chamá-lo de Rito York, para ele não é nenhum dos dois.
What is meant by
the word Rite? A Rite is defined as "A custom of practice of a formal
kind; a formal procedure of a religious or solemn observance." But such a
religious or solemn procedure or observance must have a definite end or
purpose. It must have a goal idea. A central idea which the ceremony of
procedure is intended to convey. The ceremony may be brief or voluminous, plain
or ornate, but the central idea must be maintained and attained, as in the Rite
of Baptism, in the Rite of Marriage, in the Rite of the Holy Sacrament, etc.
O
que se entende pela palavra Rito? Um Rito é definido como “Um costume de
prática de um tipo formal; um procedimento formal de uma observância religiosa
ou solene”. Mas, tal procedimento religioso ou observância solene deve ter um fim
ou propósito definido. Ele deve ter uma ideia objetivo. Uma ideia central que a
cerimônia do processo se destina a transmitir. A cerimônia pode ser breve ou
volumosa, simples ou ornamentada, mas a ideia central deve ser mantida e
alcançada, como acontece no Rito do Batismo, no Rito de Casamento, no Rito do
Santíssimo Sacramento, etc.
The central idea
or pivot around which all Masonic ceremonies or Degrees must revolve is the
Loss, the Recovery, and the Interpretation of the Master's word. This goal idea
must be the nucleus of a system of Degrees, and without which no system of
Degrees can be called a Rite.
A
ideia central ou pivô em torno do qual todas as cerimônias maçônicas ou Graus
deve girar é a Perda, a Recuperação e a Interpretação da Palavra de Mestre.
Esta ideia objetivo deve ser o núcleo de um sistema de Graus, e sem o que
nenhum sistema de Graus pode ser chamado de Rito.
Any series of
Degrees, however intimately connected, that does not contain this central idea
of Loss, Recovery, and interpretation can not be called a Masonic Rite. This is
the goal idea or pivot of the so-called York Rite. The number of Degrees in a
Rite is merely incidental. It matters not whether there are three or
thirty-three Degrees, provided the central idea, the end of all Masonic
symbolism is present.
Qualquer
série de Graus, embora intimamente ligados, que não contenha a ideia central de
Perda, Recuperação e interpretação
não pode ser chamada de um Rito Maçônico. Esta é a ideia objetivo ou pivô do
chamado Rito York. O número de Graus em um rito é meramente eventual. Não
importa se há três ou 33 graus, desde a ideia central, o fim de todo simbolismo
maçônico esteja presente.
The Loss and
Recovery with a positive interpretation, or the Loss and Recovery with a
general or individual interpretation is the very essence of a Rite.
A
Perda e Recuperação, com uma interpretação positiva, ou a Perda e Recuperação,
com uma interpretação geral ou individual, é a própria essência de um Rito.
The Loss is
symbolized in the Craft or Lodge Degrees, the Recovery is symbolized in the
Royal Arch.
A
perda é simbolizada nos Graus do Oficio ou Loja, a Recuperação é simbolizada no
Arco Real.
In the York Rite
the interpretation of the symbolism of the Royal Arch is left to the individual
interpretation of the Royal Arch Mason, or it finds its positive and special
interpretation in the light of the new dispensation, as taught in the Masonic
Order of the Christian Knighthood.
No
Rito York, a interpretação do simbolismo do Arco Real é deixada para a
interpretação individual do Maçom do Arco Real, ou ela encontra sua
interpretação positiva e especial à luz da nova gradução, conforme ensinado na
Ordem Maçônica da Cavalaria Cristã.
The Three Craft or
Blue Lodge Degrees, the Royal Arch, and the United Orders of the Temple and of
Malta are the essential grades of the York Rite. The Mark, Past, Most
Excellent, Royal, Select Degrees, and the Illustrious Order of the Red Cross
are not essential, nor essentially necessary to the York Rite, but they are great
aids in the elucidation of the symbolism of the central idea of the Rite and
they adorn and magnify the Rite. The Lodge Degrees, the Royal Arch, and the
Masonic Orders of Christian Knighthood constitute the so-called "York
Rite." To eliminate the Royal Arch would be like removing the keystone of
an arch, and the whole fabric would crumble and fall.
Os
Três Graus do Oficio ou Loja Azul, o Arco Real, e as Ordens Unidas do Templo e
de Malta são os graus essenciais do Rito York. Os graus de Marca, Past, Mui
Excelente, Royal, Select e a Ilustre Ordem da Cruz Vermelha não são essenciais,
nem essencialmente necessários para o Rito York, mas eles são de grande ajuda
na elucidação do simbolismo da ideia central do Rito e eles adornam e ampliam o
Rito. Os Graus de Loja, o Arco Real, e as ordens maçônicas de Cavalaria Cristã
constituem o chamado “Rito York”. Eliminar o Real Arco seria como remover a
pedra fundamental de um arco, e todo o tecido se esfacelaria e cairia.
In essentials, the
York Rite is the same in the United States as it is in every province or
Country in the British Empire; in other words, it is essentially the same in
the Anglo-Saxon world. But each country has its own system. In the United
States it consists of seven Degrees and three Orders; in Canada, of six Deees
and three Orders, although Canada has added the most excellent Degree in the
Chapter and the Red Cross of the Commandery to harmonize, for the purpose of
visitation with the United States; in England, it contsists of four Degrees and
two Orders; in Ireland, of five Degrees and two Orders; in Scotland the system
conforms closely to that of Ireland. The most excellent Degree is unknown in
the British Empire, except in Canada; in England, the Mark Master's Degree is
under the control of a Grand Lodge of Mark Master Masons.
Em
essência, o Rito York é o mesmo nos Estados Unidos que é em cada província ou
país do Império Britânico; em outras palavras, é essencialmente o mesmo no
mundo anglo-saxão. Mas cada país tem seu próprio sistema. Nos Estados Unidos,
ele consiste de sete graus e três Ordens; no Canadá, de seis Graus e três
Ordens, embora o Canadá tenha adicionado os excelentíssimos graus no Capítulo e
a Cruz Vermelha da Comanderia para harmonizar, com a finalidade de visitação
com os Estados Unidos; na Inglaterra, ele consiste em quatro Graus e duas
Ordem; na Irlanda, de cinco Graus e duas Ordens; na Escócia, o sistema se
parece bem de perto com o da Irlanda. O grau Mui Excelente é desconhecido no
Império Britânico, exceto no Canadá; na Inglaterra, o Grau de Mestre de Marca
está sob o controle de uma Grande Loja de Mestres Maçons de Marca.
It will be noted
that in the countries mentioned, the number of Degrees in the Rite varies, even
the Degrees bearing the same name vary in the ceremonies of presenting the same
truth. The Master's Degree in Pennsylvania varies much from the same Degree in
the other States, yet symbolically it is the same. The Royal Arch in the United
States, is more dramatic in its form than that of England or Canada, yet in
essentials it is the same.
Note-se
que nos países mencionados, o número de Graus no Rito varia, mesmo que os Graus
tenham o mesmo nome, eles variam nas cerimônias de apresentação da mesma
verdade. O Grau de Mestre na Pensilvânia varia muito em relação ao mesmo Grau
nos outros Estados, embora seja simbolicamente o mesmo. O Arco Real nos Estados
Unidos é mais dramático em sua forma do que o da Inglaterra e Canadá, ainda que
essencialmente seja o mesmo.
The Order of the
Temple in the English Ritual is brief; in the Canadian Ritual it is more
elaborate and has its military features; in the United States it is more wordy,
possibly more ornate and dramatic, yet it is essentially the same in all these
countries.
A
Ordem do Templo no Ritual Inglês é breve; no Ritual Canadense é mais elaborada
e tem suas características militares; nos Estados Unidos, ela é mais prolixa,
possivelmente mais ornamentada e dramática, mas é essencialmente a mesma em
todos estes países.
The Rituals of the
Order of Malta in these countries are so near alike that a person that is
conversant with one can readily use the other; even a casual observer can
readily see that this so-called "York Rite" in essentials is the same
everywhere where the English language is spoken. The Concordat adopted in 1910
by the Temple Powers of the World, emphasizes this great fact.
Os
Rituais da Ordem de Malta nesses países são tão semelhantes que uma pessoa que
esteja familiarizada com um pode facilmente usar o outro; mesmo um observador
casual pode ver facilmente que este assim chamado “Rito York”, em essência é o
mesmo em todos os lugares onde a língua inglesa é falada. A Concordata adotada
em 1910 pelos Poderes do Templo do Mundo, sublinha este grande fato.
The name
"York Rite" is an inexcusable blunder; at least an unfortunate
mistake. There never was a York Rite. It is unnecessary to enter upon any
discussion as to the claims of the York Grand Lodge or a York system of
Freemasonry as the question has been settled beyond controversy. The name
"York Rite" is an inheritance from the forefathers of Freemasonry in
the United States, who were more skilled in ritual tinkering than in the
history of Freemasonry. This becomes especially apparent, when one remembers
that the ephemeral Grand Lodge of York never chartered a single Lodge in
America. The Freemasonry of the United States began under the Provincial Grand
Lodge of Massachusetts, then under the Grand Lodge of England (Moderns) with
Price as Grand Master. The Grand Lodge of England (Ancients) and the Grand
Lodge of Scotland chartered Lodges in America, and it is reasonably possible,
that before the union of the two Grand Lodges of England, the Royal Arch and
the Masonic Orders of Christian Knighthood were conferred in this Country by
the Military Lodges connected with the Irish Regiments stationed in the
Colonies. To sum it all up, our so-called York Rite is the English Rite dressed
in more fantastic clothing.
O
nome “Rito York” é um erro indesculpável, pelo menos um erro lamentável. Nunca
existiu um Rito York. Não é necessário entrar em qualquer discussão sobre as
reivindicações da Grande Loja de York ou um sistema York de Maçonaria, pois a
questão foi resolvida além de qualquer controvérsia. O nome “Rito York” é uma
herança dos antepassados da Maçonaria nos Estados Unidos, que eram mais
hábeis em alterar o ritual do que na história da Maçonaria. Isto torna-se
especialmente evidente, quando se lembra que a efêmera Grande Loja de York
jamais forneceu carta constitutiva a qualquer loja na América. A Maçonaria dos
Estados Unidos começou com a Grande Loja Provincial de Massachusetts, então sob
a Grande Loja da Inglaterra (Modernos), com Price como Grão Mestre. A Grande
Loja de Inglaterra (Antigos) e a Grande Loja da Escócia emitiu cartas
constitutivas para lojas na América, e é razoavelmente possível, que antes da
união das duas Grandes Lojas da Inglaterra, o Arco Real e as Ordens Maçônicas
de Cavalaria Cristã eram conferidos neste país pelas Lojas militares ligadas
aos regimentos irlandeses estacionadas nas colônias. Para resumir tudo, o nosso
chamado Rito York é o Rito Inglês vestido com roupas mais fantasiosas.
The name
"York Rite" should be eliminated and the name English Rite
substituted. In view of the foregoing facts as to what constitute a Rite, we in
the United States are practicing or have formulated an American system of the
English Rite; not an American Rite as it is frequently erroneously called, but
a system of Degrees of the English Rite; it should be known as the English
Rite, or Anglo-Saxon Rite.
O
nome “Rito York” deveria ser eliminado e substituído pelo nome de Rito Inglês.
Em vista dos fatos precedentes quanto ao que constitui um rito, nós, nos
Estados Unidos estamos praticando ou formulamos um sistema americano do Rito
Inglês; não um Rito Americano como é frequente e erroneamente chamado, mas um
sistema de Graus do Rito Inglês; que deveria ser conhecido como o Rito Inglês,
ou Rito anglo-saxão.
-Source:
The Builder - November 1916
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