segunda-feira, 8 de maio de 2017

A TROLHA



A TROLHA



A trolha  é a ferramenta (instrumento) principal do Mestre Maçom no Rito York.

No Brasil esse instrumento tem algum destaque no Grau de Companheiro.
A trolha  o símbolo da indulgência, do perdão. Na Maçonaria Especulativa ensina-se que o instrumento serve, principalmente, para o retoque final que encobre os defeitos da obra, o que corresponde simbolicamente, a reconhecer, acima de todas as qualidades de cada irmão... perdoando-lhe os defeitos reparáveis.

Caso o leitor faça uma leitura na vulgata da Bíblia, uma das versões de Amós VII/VII/VII observará que o versículo VII menciona a trolha e não o prumo com o significado de que o Senhor não perdoará, mas fará justiça em Israel. O versículo que se lê na reunião do Grau de Companheiro  o que menciona o PRUMO (o Senhor fará Justiça e não perdoará). Isso  é o bastante para explicar que a trolha foi sempre o símbolo da indulgência.

Para entender-se melhor essa ratificação iremos transcrever infra o posicionamento do saudoso irmão Theobaldo Varoli Filho:
Nas verses bíblicas apoiadas na vulgata, de São Jerônimo, consta a TROLHA e não o PRUMO. Os textos se equivalem, visto que a TROLHA  o símbolo da indulgência (perdão). No rebocarei, farei justiça, Assentarei o Prumo quer dizer também Farei Justiça, pois o prumo vertical e no pendente como as obliquas, foi sempre o símbolo da incapacidade. A lição serve, também, aos maçons que confundem TOLERÂNCIA com INDULGÊNCIA, erro crasso, quase sempre sendo empregado incorretamente por FRATERNIDADE.

Os membros de nossa Ordem quase ignoram a trolha como ferramenta de trabalho maçônico, possivelmente porque o simbolismo maçônico  baseado, largamente, sobre a arte dos antigos maçons que eram os cortadores e talhadores de pedra, enquanto que a trolha  ferramenta mais usada pelos assentadores de massa, de pedra, de reboco.

A trolha começou ter mais participação a partir do século XVIII, por ser ela uma ferramenta usada mais na lida com a massa, com o cimento. O fato  que uma Loja de Carmarthen, em junho de 1754, comprou cinco (5) trolhas e mandou consertar outras doze (12) trolhas. Isso parece sugerir que, naquela antiga Loja, a trolha tinha um considerável uso em seus trabalhos.

Mas, qual era essa participação, esse uso, no ficou registrado. A trolha mais do que qualquer outra ferramenta, era usada, particularmente, nas cerimônias de lançamento da pedra fundamental de uma Loja maçônica ou de um edifício publico  um dos poucos elos sobreviventes da maçonaria operativa.

A Grande Loja de Londres, tinha em seu selo (brasão) uma mão segurando uma trolha. Um (outro) desenho maçônico irlandês, datado de 1738, mostra, também uma mão segurando uma trolha pontuda, pousada e enterrada como uma arma.

Nas Lojas operativas e depois nas Lojas especulativas, a trolha era a arma de defesa do guarda da porta da Loja, que depois passou a ser o cobridor.

Em algumas Lojas irlandesas, a lâmina de uma trolha era oferecida ao iniciado, para receber o seu bolo, sua doação; quando ele ia ser elevado ao Grau de Mestre era convidado a fazer uma doação  causa maçônica.

A mão e a trolha são consideradas como uma das mais antigas e conhecidas joias usadas nas Lojas especulativas.

No inicio do século XVIII, e, talvez  antes, a trolha tinha transformando-se na arma do Aprendiz Júnior, cujo dever era funcionar como guarda da porta,
Num antigo catecismo encontramos esta passagem:
P- Onde  o lugar do Aprendiz Senior?
R- No Sul.
P- Qual  seu dever?
R- Ouvir e receber instruções e dar boas-vindas aos irmãos visitantes.
P- Onde  o lugar do Aprendiz Júnior?
R- No Norte.
P- Qual  o seu dever?
R- Proteger a Loja de todos os goteiras e curiosos.
Vale ressaltar que em algumas verses desse mesmo catecismo, o Aprendiz Junior era armado com um instrumento pontiagudo, na realidade uma trolha pontuda.
BIBLIOGRAFIA:
Borges Hugo & Cavalcante Sergio – Rito York: O Simbolsmo – Mestre Maçom.



domingo, 16 de junho de 2013

O QUE É COWANS?



O QUE É COWANS?


 O QUE É GOTEIRAS (COWANS)?



* Sergio Roberto Cavalcante



The Oxford England Dictionary definition is: `One who builds dry stone walls (i.e., with‑out mortar); a dry‑stone‑diker; applied derogatorily to one who does the work of a mason, but who has not been regularly apprenticed or bred to the trade'.
A definição do Dicionário Inglês Oxford é: alguém que constrói muros de pedras (i. e, sem cimento); construtor de barreira de pedras; aplicado com desprezo a alguém que, apesar de exercer trabalho de um maçom, não passou regularmente pelo aprendizado ou não foi educado para o comércio”.
Cowan is an essentially Scottish trade term, and it belongs to the time when lodges, as trade‑controlling bodies, put restrictions against the employment of cowans, in order to protect the fully‑trained men of the Craft from competition by unskilled labour. The earliest official ban against cowans appeared in the William Schaw Statutes in 1598:
Goteira, essencialmente, é um termo escocês empregado em negócios, da época quando a Lojas, como corpos de controle de comércio colocavam restrições ao emprego de cowans, no intuito e proteger os homens treinados para o Oficio de competirem contra mão-de-obra não especializada (qualificada). A mais antiga proscrição oficial contra os cowans se encontra nos Estatutos de William Schaw, de 1598.
… that no master or fellow of craft receive any cowans to work in his society or company nor send any of his servants to work with cowans, under the penalty of twenty pounds so often any person offends hereunder.
“... que nenhum mestre ou companheiro do oficio receba qualquer goteira para trabalhar em sua sociedade ou companhia e nem enviem seus servos para trabalhar com cowans, sob a penalidade de vinte pounds, aplicada a qualquer pessoa que ofenda ao que aqui está escrito.”
The first record of a breach of this rule is the oldest surviving minute of the Lodge of Edinburgh (Mary's Chapel) dated 31 July 1599; [word for word, in modern spelling:
O primeiro registro que quebra esse regulamento é a mais antiga ata remanescente da Loja de Edimburgo, em Mary’s Chapel, datada de 31 de julho de 1599 {transcrita infra, na forma moderna}:
George Patoun, mason, granted and confessed that he had offended against the Deacon and Masters for placing of a cowan to work at a chimney‑head for two days and a half...
 “George Patoun, maçom, garantiu e confessou ter ofendido o Diácono e os Mestres, por colocar um goteira para trabalhar em uma chaminé ao longo de dois dias e meio...”
He made `humble submission' offering to pay whatever fine might be imposed. Having regard to `his estait' the offence was pardoned, but with a strict warning to all future offenders. The minutes suggest that the Edinburgh masons were very well behaved in this respect, perhaps because of the limited and clearly‑defined area under the control of the Lodge. At Kilwinning, where the Lodge had jurisdiction over a very wide territory, with consequent difficulties of proper supervision, a large number of breaches were recorded and substantial fines were paid in each case. Cowans also appear regularly in the minutes of several other old Scottish Lodges.
Assim, ele se pôs em humilde submissão, oferecendo-se para pagar o quanto lhe fosse imposto de multa. Tendo reparado “sua situação”, a ofensa foi perdoada, porém, seguida de uma advertência estrita a todos os que futuramente desrespeitassem a lei. As atas sugerem que os maçons de Edimburgo se comportassem bem a esse respeito, talvez por causa da limitada e claramente definida área sob o comando da Loja. Em Kilwinning, onde a Loja tinha jurisdição sobre amplo território, com as consequentes dificuldade relacionadas a uma apropriada supervisão, registrou-se grande número de violações e multas substanciais foram pagas em cada caso. Os cowans também aparecem com frequência nas atas de várias outras velhas Lojas da Escócia.
Nevertheless, there are several records for Edinburgh Castle, in 1616 and 1626, where cowans were permitted to work, apparently on certain special duties and when no masons were employed in the same weeks. Some of these unspecified jobs must have been exceptional, because `One cowan received 16s. 8d. a day, one 13s., one 12s., one 10s., and two 6s., as compared with a mason's normal rate of 12s. a day on the same building operations.
Todavia, há vários registros no castelo de Edimburgo, entre 1616 e 1626, em que aparentemente era permitido aos cowans trabalharem, sob certas obrigações especiais e quando não existissem maçons empregados nas mesmas semanas. Alguns desses trabalhos não especificados deve ter sido excepcionais, porque, quando comparado ao valor normal diário recebido por um maçom, de 12 s..., para a mesma construção encontramos que um goteira recebeu 15s.., 8 d por dia, um 13s, um 12s, um 10s., e dois 6s[2]
In the Burgh of the Canongate, adjoining Edinburgh, cowans were able to attain to a higher status and the minutes of the Incorporation of Wrights, Coopers and Masons &c. show how readily the ban against cowans could be lifted when trade conditions (or local circumstances) permitted. On 27 May 1636, John McCoull was admitted to the Freedom `during his lyftyme to work as a cowan any work with stone and clay only and without lime'. For this privilege, he was to pay ú4 a year to the Craft or the boxmaster (i.e. treasurer) in four instalments, with a doubled fine if he failed to pay. On 30 May 1649 Williame Reull was admitted.
No burgo[3] de Canongate, nas vizinhanças de Edimburgo, cowans estavam habilitados a alcançar posição mais elevada e as atas da corporação dos artífices, tanoeiros e maçons mostram como a proscrição dos cowans podia ser facilmente suspensa quando as condições comerciais (ou circunstancias locais) assim o permitissem. Em 27 de maio de 1636, John McCoull foi admitido à liberdade “durante uma vida inteira trabalhando como cowan, fazendo qualquer trabalho apenas com pedra e argila, sem cal”. Por seu privilégio, deveria pagar ao tesoureiro £ 4 para cada ano no oficio, em quatro prestações, sujeito ao dobro como multa, no caso de deixar de pagar. Em 30 de maio de 1649, Willame Reulf foi admitido:
... during his lifetime to work as a cowan any work with stone and clay only without lime except only to cast with lime timber doors cheeks and timber windows and clay chimney heads . . . within the Canongate and whole Regality of Broughton...
 “... durante uma vida inteira trabalhando como um cowan fazendo qualquer trabalho apenas com pedra e argila, sem cal, exceto quando caiava portas e janelas de madeiras, reparava chaminés ... em Canongate para toda Realeza de Broughtn ...”
Reull was to pay £6 a year, again in four instalments and with doubled penalties for any failure. There are altogether some fifteen records of `cowaners' admitted to work in the Canongate, including several men from neighbouring areas, and several records of penalties levied for infringement of the rules when they dared to undertake work that was not permitted to them.
Reulf devia pagar £ 6 por ano, também em quatro prestações e com uma penalidade dupla em caso de atraso. No total, existe cerca de quinze de cowaners admitidos ao trabalho em Canongate, incluindo, vários homens de áreas vizinhas, e muitos registros de penalidades aplicadas graças à infração dos regulamentos, em momento em que eles ousavam tomar para si trabalhos não permitidos para eles[4].
In 1705, the minutes of Lodge Mother Kilwinning indicate that although there were still some restrictions, the employment of cowans was occasionally to be permitted in the territory under its jurisdiction, but always depending on the availability of labour. The Lodge resolved:
Em 1705, as atas da Loja-Mãe Kilwinning indicam que, apesar de ainda haver algumas restrições, o emprego de goteiras era permitido ocasionalmente em território sob sua jurisdição, porém, sempre dependendo da oferta de trabalho. A Loja resolveu:
... that no man shall employ a cowan, which is to say without the word [i.e., the Mason word] to work; if there be one mason to be found within fifteen miles he is not to employ a cowan under the penalty of forty shillings, Scots.
“ que nenhum homem empregará um goteira, do qual é dito não possuir a palavra [i.e., a palavra do maçom] para trabalhar; se um maçom puder ser encontrado em uma distância de 15 milhas, não será empregado um goteira, sob a penalidade de quarenta xelins escocês.”

COWANS E INTRUSOS. QUAL É A DENOMINAÇÃO CORRETA?

The Oxford England Dictionary traces the use of the word `eavesdropper' “One who listens secretly to conversation”. The same authority quotes the word `entrewder' (= intruder) in an Act of Henry VIII, in 1534. So far as the Craft is concerned, to intrude means `to thrust oneself in without warrant or leave; to enter or come where one is uninvited or unwelcome'.
A definição do Dicionário Inglês Oxford para a palavra bisbilhoteiro é: “aquele que escuta secretamente uma conversa[5]”. A mesma autoridade cita a palavra “intruso” (= intruso) em um Ato de Henrique VIII de 1534. Até onde se interessa ao Oficio, significa “forçar a si mesmo”, sem permissão ou autorização, no sentido de encontrar ou ir onde não se é convidado ou onde não for bem-vindo.”
In our modern practice, both words are used. In the `Opening' ceremony, most workings speak of `intruders', but in the Investiture of the Tyler, Stability, Logic, Universal, West End, and most of the other widely used versions prefer `eavesdroppers'. Emulation, however, speaks of `intruders' in both places.
Em nossa prática moderna, ambas as palavras são usadas. Na cerimônia de abertura, a maioria dos textos fala de intrusos, porém durante a investidura do Cobridor, em Stability, Logic, Universal, West End[6] e na maioria nas versões mais conhecidas dos rituais é usado “bisbilhoteiros”. Entretanto, o texto de emulação fala de “intrusos” em ambos os lugares.
A cowan, in operative times, was certainly an intruder - from the trade point of view; he could not have learned very much of the trade if he merely listened under the eaves. In Speculative Masonry, it is likely that the eaves‑dropper, the secret listener, would be the greater source of danger.
Um goteira, nos tempos operativo, certamente era um intruso – do ponto de vista dos negócios, ele não poderia ter aprendido muito sobre comércio se meramente o conheceu escutando por debaixo das telhas[7]. Na Maçonaria Especulativa é provável que o bisbilhoteiro, aquele que secretamente escuta, seja grande fonte de perigo.
So it is not surprising, perhaps, that when the relevant words begin to appear in our ritual documents, c. 1710‑1730, the eavesdropper forms come first.
Então, talvez não seja surpreendente constatar que, quando as palavras relevantes começaram a aparecer em nossos documentos rituais, c. 1710-1730, elas tenham sido antecipadas pelas formas oriundas dos bisbilhoteiros.
The first hint of that word in the ritual is in the Dumfries No. 4 MS. of c. 1710, where there is a question:
A primeira pista das palavras do ritual está em Dumfries nº 4 MS, de c 1710, onde existe a seguinte questão:
`is ye house cleen' [i.e., is the room tiled?], and if the answer is `it is dropie or ill‑thatched . . . you are to be sillent'.
“está limpa a casa” [i. e., o recinto está coberto?], e se a resposta for “ela está gotejada ou destelhada[8]” ... você deve ficar em silêncio”.
In `A Mason's Confession' of c. 1727, there is a note to one of the questions:
Em A Mason’s Confession, de c. 1727, existe uma nota relacionada a uma das questões:
... the secrets of the Lodge are hid from the drop; that is, from the entered prentice, or any others not of their society, whom they call drops[9].
 “... os segredos da Loja estão ocultos à goteiras, ou seja, do aprendiz não admitido, e de qualquer outros de fora de sua sociedade, os quais são chamados de goteiras”
The earliest appearance of our `cowans and eaves-droppers' is in Prichard's Masonry Dissected, 1730:
A mais antiga menção de nossos “goteiras ou bisbilhoteiros” está em Masonry Dissected, de Samuel Prichard, de 1730:
Q.  Where stands the Junior Enter'd 'Prentice?
“P: - Onde se posiciona o (novo) Aprendiz Admitido?
A.  In the North. 
R: - No norte.
Q.  What is his Business?
P: - Qual é a seu trabalho (tarefa, negócio)?
A.  To keep off all Cowans and Eves-droppers.
Para afastar (manter longe) todos os goteiras e intrusos (bisbilhoteiros).”
Another question followed, implying that our Brethren in those days were very willing to let the punishment fit the crime:
Outra questão segue, mostrando que os nossos irmãos daqueles dias estavam muito desejosos de aplicar a adequada punição para o crime:
Q.  If a Cowan (or Listner) is catch'd, how is he to be punished?
“P: - Se um goteira (ou Ouvinte) é pego, como deve ser punido?
A. To be plac'd under the Eves of the Houses (in rainy Weather) till the Water runs in at his shoulders and out at his Shoes. 
R: - Deve ser colocado sob as calhas das casas (em tempo chuvoso) até a água entrar pelos seus ombros e sair pelos seus sapatos.”
Incidentally, the phrase `cowans and intruders' does not appear in our ritual until the late 1700s.
Incidentemente, a frase “goteira e intrusos” não aparece em nosso ritual até o final dos anos de 1700.

* Sergio Roberto Cavalcante é MM(I) da jurisdição da Mui Respeitável Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba.

FONTES DE CONSULTA:
Dicionário Larousse – Inglês/Português * Português/Inglês [avançado];
The Complet Idiot’s Guide to Freemasonry – S. Brent Morris, Ph.D., 33;
Freeman and Cowan with Special Reference to the Records of Lodge Canongate Kilwinning. AQC, vol. 21, pp. 198/199;
A Historia da Franco-Maçonaria – Jean Ferret;
As Origens da Franco-Maçonaria – David Steveson;
Revelando o Código da Maçonaria – Roberto D. Cooper;
The Freemason at Work – Harry Carr;







[1] A tradução (denominação, termo) mais proximo em português, conforme em vigor entre os maçons brasileiros, é “goteira”.
[2] Knoop e Jones, The Scottish Mason and the Mason Word, pp. 28/29. Manchester University Press, 1939.
[3] Cidade, distrito, vila.
[4] A.A.A. Murray, Freeman and Cowan with Special Reference to the Records of Lodge Canongate Kilwinning. AQC, vol. 21, pp. 198/199.
[5] Borough Records of Nottingham, por volta de 1487.
[6] Nesse caso, refere-se aos rituais do sistema maçônico inglês.
[7] Essa é a provável origem da expressão goteira. Costumava-se a dizer, no periodo operativo, que intrusos aprendiam os segredos maçônicos ao bisbilhotar, espreitando por entre telhas e calhas, as reuniões secretas dos maçons. Durante os encontros, quando os maçons percebiam que estavam sendo observados, eram alertados por um dos irmãos por meio da expressão cifrada “há goteira entre nós”, clara referência do que ocorre quando do mau posicionamento das telhas que cobriam o recinto.
[8] No original “it is dropie or illthatched”, sendo aqui a palavra dropie é usada no lugar de eavesdropper”
[9] No sentido de goteira.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

York Rite Vs. English Rite



York Rite Vs. English Rite
By Brother William. F. Kuhn
* Com tradução do Irmão José Filardo e adaptações necessárias do Irmão Sergio Cavalcante.
It has been stated that "A Rite in Freemasonry is a collection of grades or degrees always founded on the First three degrees." This definition is wholly misleading, and constitutes as grave an error as to call "The York Rite" as conferred in the United States, "The American Rite."
Tem sido afirmado que “um Rito na Francomaçonaria é uma coleção de graduações ou graus sempre fundados nos três primeiros graus.” Esta definição é totalmente enganosa, e constitui um grave erro chamar de “Rito Americano”, o “Rito York” conferido nos Estados Unidos.
For the purpose of adding "more light" on the subject, we may state that in the United States there are two Masonic Rites, known as the York Rite and the Ancient and Accepted Scottish Rite.
Com a finalidade de adicionar “mais luz” ao assunto, podemos afirmar que nos Estados Unidos existem dois Ritos Maçônicos conhecidos como Rito York e Rito Escocês Antigo e Aceito.
Both are misnomers if the name of the Rite is to indicate its parentage or birth place. The York Rite was not born in the ancient city of York, neither was the Ancient and Accepted Scottish Rite begotten in Scotland.
Ambos são nomes equivocados, se o nome do Rito destina-se a indicar seu parentesco ou lugar de nascimento. O Rito York não nasceu na antiga cidade de York, nem o Rito Escocês Antigo e Aceito foi gerado na Escócia.
The so-called York Rite is the result of an evolution in England from a One Degree Operative Craft of 1717, to a system of degrees of six or more as now practiced in the United States, Canada, England, Scotland and Ireland. The Seottish Rite was evolved from the Rite of perfection of twenty-five Degrees, by the addition of eight more at Charleston, South Carolina, in 1801, where the Mother Supreme Council was formed.
O chamado Rito York é o resultado de uma evolução na Inglaterra do Oficio Operativo de um Grau de 1717, para um sistema de seis ou mais graus, conforme é praticado atualmente nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Escócia e Irlanda. O Rito Escocês evoluiu do Rito de Perfeição de 25 graus, com a adição de mais oito em Charleston, Carolina do Sul em 1801, onde o Supremo Conselho Mãe (Matriz) foi formado.
If either one of the Rites is to be known as the American Rite, the title probably belongs to the Ancient and Accepted Scottish Rite. To designate the socalled York Rite in the United States, as the American Rite, would be even more absurd than to call it the York Rite, for it is neither.
Se for para qualquer um dos ritos ser conhecido como o Rito Americano, o título provavelmente pertence ao Rito Escocês Antigo e Aceito. Para designar o chamado Rito York nos Estados Unidos como o Rito Americano, seria ainda mais absurdo do que chamá-lo de Rito York, para ele não é nenhum dos dois.
What is meant by the word Rite? A Rite is defined as "A custom of practice of a formal kind; a formal procedure of a religious or solemn observance." But such a religious or solemn procedure or observance must have a definite end or purpose. It must have a goal idea. A central idea which the ceremony of procedure is intended to convey. The ceremony may be brief or voluminous, plain or ornate, but the central idea must be maintained and attained, as in the Rite of Baptism, in the Rite of Marriage, in the Rite of the Holy Sacrament, etc.
O que se entende pela palavra Rito? Um Rito é definido como “Um costume de prática de um tipo formal; um procedimento formal de uma observância religiosa ou solene”. Mas, tal procedimento religioso ou observância solene deve ter um fim ou propósito definido. Ele deve ter uma ideia objetivo. Uma ideia central que a cerimônia do processo se destina a transmitir. A cerimônia pode ser breve ou volumosa, simples ou ornamentada, mas a ideia central deve ser mantida e alcançada, como acontece no Rito do Batismo, no Rito de Casamento, no Rito do Santíssimo Sacramento, etc.
The central idea or pivot around which all Masonic ceremonies or Degrees must revolve is the Loss, the Recovery, and the Interpretation of the Master's word. This goal idea must be the nucleus of a system of Degrees, and without which no system of Degrees can be called a Rite.
A ideia central ou pivô em torno do qual todas as cerimônias maçônicas ou Graus deve girar é a Perda, a Recuperação e a Interpretação da Palavra de Mestre. Esta ideia objetivo deve ser o núcleo de um sistema de Graus, e sem o que nenhum sistema de Graus pode ser chamado de Rito.
Any series of Degrees, however intimately connected, that does not contain this central idea of Loss, Recovery, and interpretation can not be called a Masonic Rite. This is the goal idea or pivot of the so-called York Rite. The number of Degrees in a Rite is merely incidental. It matters not whether there are three or thirty-three Degrees, provided the central idea, the end of all Masonic symbolism is present.
Qualquer série de Graus, embora intimamente ligados, que não contenha a ideia central de Perda, Recuperação e interpretação não pode ser chamada de um Rito Maçônico. Esta é a ideia objetivo ou pivô do chamado Rito York. O número de Graus em um rito é meramente eventual. Não importa se há três ou 33 graus, desde a ideia central, o fim de todo simbolismo maçônico esteja presente.
The Loss and Recovery with a positive interpretation, or the Loss and Recovery with a general or individual interpretation is the very essence of a Rite.
A Perda e Recuperação, com uma interpretação positiva, ou a Perda e Recuperação, com uma interpretação geral ou individual, é a própria essência de um Rito.
The Loss is symbolized in the Craft or Lodge Degrees, the Recovery is symbolized in the Royal Arch.
A perda é simbolizada nos Graus do Oficio ou Loja, a Recuperação é simbolizada no Arco Real.
In the York Rite the interpretation of the symbolism of the Royal Arch is left to the individual interpretation of the Royal Arch Mason, or it finds its positive and special interpretation in the light of the new dispensation, as taught in the Masonic Order of the Christian Knighthood.
No Rito York, a interpretação do simbolismo do Arco Real é deixada para a interpretação individual do Maçom do Arco Real, ou ela encontra sua interpretação positiva e especial à luz da nova gradução, conforme ensinado na Ordem Maçônica da Cavalaria Cristã.
The Three Craft or Blue Lodge Degrees, the Royal Arch, and the United Orders of the Temple and of Malta are the essential grades of the York Rite. The Mark, Past, Most Excellent, Royal, Select Degrees, and the Illustrious Order of the Red Cross are not essential, nor essentially necessary to the York Rite, but they are great aids in the elucidation of the symbolism of the central idea of the Rite and they adorn and magnify the Rite. The Lodge Degrees, the Royal Arch, and the Masonic Orders of Christian Knighthood constitute the so-called "York Rite." To eliminate the Royal Arch would be like removing the keystone of an arch, and the whole fabric would crumble and fall.
Os Três Graus do Oficio ou Loja Azul, o Arco Real, e as Ordens Unidas do Templo e de Malta são os graus essenciais do Rito York. Os graus de Marca, Past, Mui Excelente, Royal, Select e a Ilustre Ordem da Cruz Vermelha não são essenciais, nem essencialmente necessários para o Rito York, mas eles são de grande ajuda na elucidação do simbolismo da ideia central do Rito e eles adornam e ampliam o Rito. Os Graus de Loja, o Arco Real, e as ordens maçônicas de Cavalaria Cristã constituem o chamado “Rito York”. Eliminar o Real Arco seria como remover a pedra fundamental de um arco, e todo o tecido se esfacelaria e cairia.
In essentials, the York Rite is the same in the United States as it is in every province or Country in the British Empire; in other words, it is essentially the same in the Anglo-Saxon world. But each country has its own system. In the United States it consists of seven Degrees and three Orders; in Canada, of six Deees and three Orders, although Canada has added the most excellent Degree in the Chapter and the Red Cross of the Commandery to harmonize, for the purpose of visitation with the United States; in England, it contsists of four Degrees and two Orders; in Ireland, of five Degrees and two Orders; in Scotland the system conforms closely to that of Ireland. The most excellent Degree is unknown in the British Empire, except in Canada; in England, the Mark Master's Degree is under the control of a Grand Lodge of Mark Master Masons.
Em essência, o Rito York é o mesmo nos Estados Unidos que é em cada província ou país do Império Britânico; em outras palavras, é essencialmente o mesmo no mundo anglo-saxão. Mas cada país tem seu próprio sistema. Nos Estados Unidos, ele consiste de sete graus e três Ordens; no Canadá, de seis Graus e três Ordens, embora o Canadá tenha adicionado os excelentíssimos graus no Capítulo e a Cruz Vermelha da Comanderia para harmonizar, com a finalidade de visitação com os Estados Unidos; na Inglaterra, ele consiste em quatro Graus e duas Ordem; na Irlanda, de cinco Graus e duas Ordens; na Escócia, o sistema se parece bem de perto com o da Irlanda. O grau Mui Excelente é desconhecido no Império Britânico, exceto no Canadá; na Inglaterra, o Grau de Mestre de Marca está sob o controle de uma Grande Loja de Mestres Maçons de Marca.
It will be noted that in the countries mentioned, the number of Degrees in the Rite varies, even the Degrees bearing the same name vary in the ceremonies of presenting the same truth. The Master's Degree in Pennsylvania varies much from the same Degree in the other States, yet symbolically it is the same. The Royal Arch in the United States, is more dramatic in its form than that of England or Canada, yet in essentials it is the same.
Note-se que nos países mencionados, o número de Graus no Rito varia, mesmo que os Graus tenham o mesmo nome, eles variam nas cerimônias de apresentação da mesma verdade. O Grau de Mestre na Pensilvânia varia muito em relação ao mesmo Grau nos outros Estados, embora seja simbolicamente o mesmo. O Arco Real nos Estados Unidos é mais dramático em sua forma do que o da Inglaterra e Canadá, ainda que essencialmente seja o mesmo.
The Order of the Temple in the English Ritual is brief; in the Canadian Ritual it is more elaborate and has its military features; in the United States it is more wordy, possibly more ornate and dramatic, yet it is essentially the same in all these countries.
A Ordem do Templo no Ritual Inglês é breve; no Ritual Canadense é mais elaborada e tem suas características militares; nos Estados Unidos, ela é mais prolixa, possivelmente mais ornamentada e dramática, mas é essencialmente a mesma em todos estes países.
The Rituals of the Order of Malta in these countries are so near alike that a person that is conversant with one can readily use the other; even a casual observer can readily see that this so-called "York Rite" in essentials is the same everywhere where the English language is spoken. The Concordat adopted in 1910 by the Temple Powers of the World, emphasizes this great fact.
Os Rituais da Ordem de Malta nesses países são tão semelhantes que uma pessoa que esteja familiarizada com um pode facilmente usar o outro; mesmo um observador casual pode ver facilmente que este assim chamado “Rito York”, em essência é o mesmo em todos os lugares onde a língua inglesa é falada. A Concordata adotada em 1910 pelos Poderes do Templo do Mundo, sublinha este grande fato.
The name "York Rite" is an inexcusable blunder; at least an unfortunate mistake. There never was a York Rite. It is unnecessary to enter upon any discussion as to the claims of the York Grand Lodge or a York system of Freemasonry as the question has been settled beyond controversy. The name "York Rite" is an inheritance from the forefathers of Freemasonry in the United States, who were more skilled in ritual tinkering than in the history of Freemasonry. This becomes especially apparent, when one remembers that the ephemeral Grand Lodge of York never chartered a single Lodge in America. The Freemasonry of the United States began under the Provincial Grand Lodge of Massachusetts, then under the Grand Lodge of England (Moderns) with Price as Grand Master. The Grand Lodge of England (Ancients) and the Grand Lodge of Scotland chartered Lodges in America, and it is reasonably possible, that before the union of the two Grand Lodges of England, the Royal Arch and the Masonic Orders of Christian Knighthood were conferred in this Country by the Military Lodges connected with the Irish Regiments stationed in the Colonies. To sum it all up, our so-called York Rite is the English Rite dressed in more fantastic clothing.
O nome “Rito York” é um erro indesculpável, pelo menos um erro lamentável. Nunca existiu um Rito York. Não é necessário entrar em qualquer discussão sobre as reivindicações da Grande Loja de York ou um sistema York de Maçonaria, pois a questão foi resolvida além de qualquer controvérsia. O nome “Rito York” é uma herança dos antepassados ​​da Maçonaria nos Estados Unidos, que eram mais hábeis em alterar o ritual do que na história da Maçonaria. Isto torna-se especialmente evidente, quando se lembra que a efêmera Grande Loja de York jamais forneceu carta constitutiva a qualquer loja na América. A Maçonaria dos Estados Unidos começou com a Grande Loja Provincial de Massachusetts, então sob a Grande Loja da Inglaterra (Modernos), com Price como Grão Mestre. A Grande Loja de Inglaterra (Antigos) e a Grande Loja da Escócia emitiu cartas constitutivas para lojas na América, e é razoavelmente possível, que antes da união das duas Grandes Lojas da Inglaterra, o Arco Real e as Ordens Maçônicas de Cavalaria Cristã eram conferidos neste país pelas Lojas militares ligadas aos regimentos irlandeses estacionadas nas colônias. Para resumir tudo, o nosso chamado Rito York é o Rito Inglês vestido com roupas mais fantasiosas.
The name "York Rite" should be eliminated and the name English Rite substituted. In view of the foregoing facts as to what constitute a Rite, we in the United States are practicing or have formulated an American system of the English Rite; not an American Rite as it is frequently erroneously called, but a system of Degrees of the English Rite; it should be known as the English Rite, or Anglo-Saxon Rite.
O nome “Rito York” deveria ser eliminado e substituído pelo nome de Rito Inglês. Em vista dos fatos precedentes quanto ao que constitui um rito, nós, nos Estados Unidos estamos praticando ou formulamos um sistema americano do Rito Inglês; não um Rito Americano como é frequente e erroneamente chamado, mas um sistema de Graus do Rito Inglês; que deveria ser conhecido como o Rito Inglês, ou Rito anglo-saxão.
-Source: The Builder - November 1916