A TROLHA
A
trolha é a ferramenta (instrumento)
principal do Mestre Maçom no Rito York.
No
Brasil esse instrumento tem algum destaque no Grau de Companheiro.
A
trolha o símbolo da indulgência, do
perdão. Na Maçonaria Especulativa ensina-se que o instrumento serve,
principalmente, para o retoque final que encobre os defeitos da obra, o que
corresponde simbolicamente, a reconhecer, acima de todas as qualidades de cada
irmão... perdoando-lhe os defeitos reparáveis.
Caso
o leitor faça uma leitura na vulgata da Bíblia, uma das versões de Amós
VII/VII/VII observará que o versículo VII menciona a trolha e não o prumo com o
significado de que o Senhor não perdoará, mas fará justiça em Israel. O versículo que
se lê na reunião do Grau de Companheiro
o que menciona o PRUMO (o Senhor fará Justiça e não perdoará). Isso é o bastante para explicar que a trolha foi
sempre o símbolo da indulgência.
Para
entender-se melhor essa ratificação iremos transcrever infra o posicionamento
do saudoso irmão Theobaldo Varoli Filho:
“Nas verses bíblicas apoiadas na vulgata, de
São Jerônimo, consta a TROLHA e não o PRUMO. Os textos se equivalem, visto que
a TROLHA o símbolo da indulgência
(perdão). No rebocarei, farei justiça, Assentarei o Prumo quer dizer também Farei
Justiça, pois o prumo vertical e no pendente como as obliquas, foi sempre o
símbolo da incapacidade. A lição serve, também, aos maçons que confundem
TOLERÂNCIA com INDULGÊNCIA, erro crasso, quase sempre sendo empregado
incorretamente por FRATERNIDADE.”
Os
membros de nossa Ordem quase ignoram a trolha como ferramenta de trabalho
maçônico, possivelmente porque o simbolismo maçônico baseado, largamente, sobre a arte dos antigos
maçons que eram os cortadores e talhadores de pedra, enquanto que a trolha ferramenta mais usada pelos assentadores de
massa, de pedra, de reboco.
A
trolha começou ter mais participação a partir do século XVIII, por ser ela uma
ferramenta usada mais na lida com a massa, com o cimento. O fato que uma Loja de Carmarthen, em junho de 1754,
comprou cinco (5) trolhas e mandou consertar outras doze (12) trolhas. Isso
parece sugerir que, naquela antiga Loja, a trolha tinha um considerável uso em
seus trabalhos.
Mas,
qual era essa participação, esse uso, no ficou registrado. A trolha mais do que
qualquer outra ferramenta, era usada, particularmente, nas cerimônias de
lançamento da pedra fundamental de uma Loja maçônica ou de um edifício
publico um dos poucos elos sobreviventes
da maçonaria operativa.
A
Grande Loja de Londres, tinha em seu selo (brasão) uma mão segurando uma trolha.
Um (outro) desenho maçônico irlandês, datado de 1738, mostra, também uma mão
segurando uma trolha pontuda, pousada e enterrada como uma arma.
Nas
Lojas operativas e depois nas Lojas especulativas, a trolha era a arma de
defesa do guarda da porta da Loja, que depois passou a ser o cobridor.
Em
algumas Lojas
irlandesas, a lâmina de uma trolha era oferecida ao iniciado, para receber o
seu bolo, sua doação; quando ele ia ser elevado ao Grau de Mestre era convidado
a fazer uma doação causa maçônica.
A
mão e a trolha são consideradas como uma das mais antigas e conhecidas joias
usadas nas Lojas especulativas.
No
inicio do século XVIII, e, talvez antes,
a trolha tinha transformando-se na arma do Aprendiz Júnior, cujo dever era
funcionar como guarda da porta,
Num
antigo catecismo encontramos esta passagem:
“P- Onde
o lugar do Aprendiz Senior?
R- No Sul.
P- Qual
seu dever?
R- Ouvir e receber instruções e dar
boas-vindas aos irmãos visitantes.
P- Onde
o lugar do Aprendiz Júnior?
R- No Norte.
P- Qual
o seu dever?
R- Proteger a Loja de todos os goteiras
e curiosos.”
Vale
ressaltar que em algumas verses desse mesmo catecismo, o Aprendiz Junior era
armado com um instrumento pontiagudo, na realidade uma trolha pontuda.
BIBLIOGRAFIA:
Borges
Hugo & Cavalcante Sergio – Rito York: O Simbolsmo – Mestre Maçom.