segunda-feira, 8 de maio de 2017

A TROLHA



A TROLHA



A trolha  é a ferramenta (instrumento) principal do Mestre Maçom no Rito York.

No Brasil esse instrumento tem algum destaque no Grau de Companheiro.
A trolha  o símbolo da indulgência, do perdão. Na Maçonaria Especulativa ensina-se que o instrumento serve, principalmente, para o retoque final que encobre os defeitos da obra, o que corresponde simbolicamente, a reconhecer, acima de todas as qualidades de cada irmão... perdoando-lhe os defeitos reparáveis.

Caso o leitor faça uma leitura na vulgata da Bíblia, uma das versões de Amós VII/VII/VII observará que o versículo VII menciona a trolha e não o prumo com o significado de que o Senhor não perdoará, mas fará justiça em Israel. O versículo que se lê na reunião do Grau de Companheiro  o que menciona o PRUMO (o Senhor fará Justiça e não perdoará). Isso  é o bastante para explicar que a trolha foi sempre o símbolo da indulgência.

Para entender-se melhor essa ratificação iremos transcrever infra o posicionamento do saudoso irmão Theobaldo Varoli Filho:
Nas verses bíblicas apoiadas na vulgata, de São Jerônimo, consta a TROLHA e não o PRUMO. Os textos se equivalem, visto que a TROLHA  o símbolo da indulgência (perdão). No rebocarei, farei justiça, Assentarei o Prumo quer dizer também Farei Justiça, pois o prumo vertical e no pendente como as obliquas, foi sempre o símbolo da incapacidade. A lição serve, também, aos maçons que confundem TOLERÂNCIA com INDULGÊNCIA, erro crasso, quase sempre sendo empregado incorretamente por FRATERNIDADE.

Os membros de nossa Ordem quase ignoram a trolha como ferramenta de trabalho maçônico, possivelmente porque o simbolismo maçônico  baseado, largamente, sobre a arte dos antigos maçons que eram os cortadores e talhadores de pedra, enquanto que a trolha  ferramenta mais usada pelos assentadores de massa, de pedra, de reboco.

A trolha começou ter mais participação a partir do século XVIII, por ser ela uma ferramenta usada mais na lida com a massa, com o cimento. O fato  que uma Loja de Carmarthen, em junho de 1754, comprou cinco (5) trolhas e mandou consertar outras doze (12) trolhas. Isso parece sugerir que, naquela antiga Loja, a trolha tinha um considerável uso em seus trabalhos.

Mas, qual era essa participação, esse uso, no ficou registrado. A trolha mais do que qualquer outra ferramenta, era usada, particularmente, nas cerimônias de lançamento da pedra fundamental de uma Loja maçônica ou de um edifício publico  um dos poucos elos sobreviventes da maçonaria operativa.

A Grande Loja de Londres, tinha em seu selo (brasão) uma mão segurando uma trolha. Um (outro) desenho maçônico irlandês, datado de 1738, mostra, também uma mão segurando uma trolha pontuda, pousada e enterrada como uma arma.

Nas Lojas operativas e depois nas Lojas especulativas, a trolha era a arma de defesa do guarda da porta da Loja, que depois passou a ser o cobridor.

Em algumas Lojas irlandesas, a lâmina de uma trolha era oferecida ao iniciado, para receber o seu bolo, sua doação; quando ele ia ser elevado ao Grau de Mestre era convidado a fazer uma doação  causa maçônica.

A mão e a trolha são consideradas como uma das mais antigas e conhecidas joias usadas nas Lojas especulativas.

No inicio do século XVIII, e, talvez  antes, a trolha tinha transformando-se na arma do Aprendiz Júnior, cujo dever era funcionar como guarda da porta,
Num antigo catecismo encontramos esta passagem:
P- Onde  o lugar do Aprendiz Senior?
R- No Sul.
P- Qual  seu dever?
R- Ouvir e receber instruções e dar boas-vindas aos irmãos visitantes.
P- Onde  o lugar do Aprendiz Júnior?
R- No Norte.
P- Qual  o seu dever?
R- Proteger a Loja de todos os goteiras e curiosos.
Vale ressaltar que em algumas verses desse mesmo catecismo, o Aprendiz Junior era armado com um instrumento pontiagudo, na realidade uma trolha pontuda.
BIBLIOGRAFIA:
Borges Hugo & Cavalcante Sergio – Rito York: O Simbolsmo – Mestre Maçom.